Pasárgada

…Cheguei no momento da criação do mundo e resolvi não existir. Cheguei ao zero-espaço, ao nada-tempo, ao eu coincidente com vós-tudo, e conclui: No meio do nevoeiro é preciso conduzir o barco devagar.


Serei o que fui, logo que deixe de ser o que sou; porque quando fui forçado a ser o que sou, foi porque era o que fui.

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segunda-feira, 3 de abril de 2017


Papa Francisco: Quaresma é forte chamado à conversão e abertura aos demais

“A PALAVRA É UM DOM. O OUTRO É UM DOM”. Este é o título da mensagem do Papa Francisco para a Quaresma de 2017. Nela o Papa convoca os católicos a vivenciarem em profundidade esse período propício à reflexão, à conversão e ao perdão.
Francisco toma como base de reflexão a parábola do homem rico e do pobre Lázaro (cf. Lc 16, 19-31), e afirma: “A justa relação com as pessoas consiste em reconhecer, com gratidão, o seu valor. O próprio pobre à porta do rico não é um empecilho fastidioso, mas um apelo a converter-se e mudar de vida. O primeiro convite que nos faz esta parábola é o de abrir a porta do nosso coração ao outro, porque cada pessoa é um dom, seja ela o nosso vizinho ou o pobre desconhecido. A Quaresma é um tempo propício para abrir a porta a cada necessitado e nele reconhecer o rosto de Cristo”.
Nela, o Santo Padre fala de várias parábolas da Escritura e assinala que “a Quaresma é o tempo favorável para nos renovarmos, encontrando Cristo vivo na sua Palavra, nos, Sacramentos e no próximo. O Senhor – que, nos quarenta dias passados no deserto, venceu as ciladas do Tentador – indica-nos o caminho a seguir”.
A Quaresma é uma época propícia para a conversão, para se renovar por meio dos sacramentos, para reconhecer-se pecador, buscar o perdão de Deus e começar de novo o caminho para a Páscoa, “a vitória de Cristo sobre a morte”.
É o que assinala o Papa Francisco em sua mensagem por ocasião da Quaresma de 2017.
Francisco explica que, mediante o jejum, a oração e a esmola, a Quaresma é o tempo mais adequado “para intensificarmos a vida espiritual”.
Na mensagem, o Pontífice afirma que “a Quaresma é um novo começo, uma estrada que leva a um destino seguro: a Páscoa de Ressurreição, a vitória de Cristo sobre a morte”.
“E este tempo não cessa de nos dirigir um forte convite à conversão: o cristão é chamado a voltar para Deus ‘de todo o coração’, não se contentando com uma vida medíocre, mas crescendo na amizade do Senhor”, afirma o Santo Padre.
A mensagem do Papa se articula em torno da parábola do homem rico e o pobre Lázaro. A partir dessa parábola, o Pontífice estabelece três pontos temáticos: “O outro é um dom”; “O pecado cega-nos”; e “A Palavra é um dom”.
1. O outro é um dom
O Papa Francisco indica que, nesta parábola, “Lázaro ensina-nos que o outro é um dom. A justa relação com as pessoas consiste em reconhecer, com gratidão, o seu valor. O próprio pobre à porta do rico não é um empecilho fastidioso, mas um apelo a converter-se e mudar de vida. O primeiro convite que nos faz esta parábola é o de abrir a porta do nosso coração ao outro, porque cada pessoa é um dom, seja ela o nosso vizinho ou o pobre desconhecido”.
Neste sentido, convida a “abrir a porta a cada necessitado e nele reconhecer o rosto de Cristo. Cada um de nós encontra-o no próprio caminho. Cada vida que se cruza connosco é um dom e merece aceitação, respeito, amor”.
2. O pecado cega-nos
Em sua reflexão a partir desta parábola, o Papa chama a atenção sobre como “a riqueza deste homem é excessiva, inclusive porque exibida habitualmente”.
Nessa atitude do rico se entrevê, “dramaticamente, a corrupção do pecado, que se realiza em três momentos sucessivos: o amor ao dinheiro, a vaidade e a soberba”.
O Santo Padre insiste mais uma vez sobre os perigos do material: “o dinheiro pode chegar a dominar-nos até ao ponto de se tornar um ídolo tirânico”.
“Em vez de instrumento ao nosso dispor para fazer o bem e exercer a solidariedade com os outros, o dinheiro pode-nos subjugar, a nós e ao mundo inteiro, numa lógica egoísta que não deixa espaço ao amor e dificulta a paz”, adverte.
Quanto à vaidade, em sua mensagem afirma que “a ganância do rico fá-lo vaidoso”. “A sua vida está prisioneira da exterioridade, da dimensão mais superficial e efêmera da existência”.
Em seguida, está a soberba, “o degrau mais baixo desta deterioração moral”. “O homem veste-se como se fosse um rei, simula a posição dum deus, esquecendo-se que é um simples mortal. Para o homem corrompido pelo amor das riquezas, nada mais existe além do próprio eu e, por isso, as pessoas que o rodeiam não caiem sob a alçada do seu olhar”.
3. A Palavra é um dom
O verdadeiro problema do rico, a raiz de seus males, “é não dar ouvidos à Palavra de Deus”, indica o Santo Padre. “Isto levou-o a deixar de amar a Deus e, consequentemente, a desprezar o próximo. A Palavra de Deus é uma força viva, capaz de suscitar a conversão no coração dos homens e orientar de novo a pessoa para Deus”.
O Pontífice alertou: “Fechar o coração ao dom de Deus que fala, tem como consequência fechar o coração ao dom do irmão”.
Abrir o coração
A Sala de imprensa da Santa Sé apresentou a mensagem do Papa em uma coletiva de imprensa da qual participaram o Cardeal Peter Turkson, prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, e Chiara Amirante, fundadora da Comunidade Novos Horizontes, uma organização internacional que tem o objetivo de levar alegria a quem perdeu a esperança mediante ações solidárias com pessoas que se encontram em grave dificuldade.
O Cardeal Turkson sublinhou que “a chave da mensagem é como a pessoa se relaciona com o outro”. Explicou que Jesus condena o rico não por ser rico, “mas por ter o coração fechado ao outro”.
Recordou que a atitude de um cristão não deve ser fechar-se em si mesmo, mas “ser uma pessoa que se abre ao outro”.
Em sua intervenção, Chiara Amirante destacou a necessidade, apontada pelo Papa Francisco, de “abrir o coração” aos demais. Insistiu também no dom de Deus presente em sua Palavra, “um dom que leva a mudar a vida, a se converter”.
Esse dom se concretiza no “privilégio de encontro com o pobre”. Amirante explicou que “há muitas novas formas de pobreza” e, em concreto, assinalou a situação em que muitos jovens e menores vivem, “vítimas do abuso das drogas, do abuso do álcool, do abuso da sexualidade…, jovens que são vítimas de violência, jovens que sofrem depressão”.
Diante disso, fez um chamado a desenvolver “a civilização do amor, baseada na força da caridade, da solidariedade, da fraternidade”.
Em sua análise da mensagem pontifícia, destacou três conceitos que, segundo assegurou, “me parece que afetam o homem de hoje: o apego ao dinheiro, a vaidade e a soberba”.
“O veneno do consumismo, que entrou no âmbito das relações entre pessoas, nos leva a problemas como o hedonismo, o relativismo ou o narcisismo, que nos impedem de nos relacionarmos com os demais”, ressaltou.

Na Mensagem de preparação para a Páscoa o Papa apresenta o outro como um «dom».

O Papa Francisco apela na sua mensagem para a Quaresma de 2017, à defesa da vida “frágil” e alerta para as consequências negativas de uma vida centrada no “dinheiro”.
“Cada vida que vem ao nosso encontro é um dom e merece acolhimento, respeito, amor. A Palavra de Deus ajuda-nos a abrir os olhos para acolher a vida e amá-la, sobretudo quando é frágil”, escreve, num texto intitulado ‘A Palavra é um dom. O outro é um dom’.
Francisco questiona em particular a utilização do dinheiro, contestando a “lógica egoísta” que não deixa espaço para o amor e dificulta a paz.
“Em vez de ser um instrumento ao nosso dispor para fazer o bem e exercer a solidariedade com os outros, o dinheiro pode subjugar-nos, a nós e ao mundo inteiro, numa lógica egoísta”, alerta.
Segundo o Papa, o “homem corrompido pelo amor das riquezas” não vê nada além de si próprio.
“Assim, o fruto do apego ao dinheiro é uma espécie de cegueira: o rico não vê o pobre esfomeado, chagado e prostrado na sua humilhação”, precisa.
A mensagem parte de uma passagem do Evangelho, sobre um homem rico e um pobre, chamado Lázaro, que lhe pede ajuda mas é ignorado.
“Lázaro ensina-nos que o outro é um dom. A justa relação com as pessoas consiste em reconhecer com gratidão o seu valor. O próprio pobre à porta do rico não é um empecilho importuno, mas um apelo a converter-se e a mudar de vida”, assinala Francisco.
O Papa deixa votos de que a Quaresma represente “um novo começo” e recomenda as práticas tradicionalmente ligadas a este tempo de preparação para a Páscoa, “o jejum, a oração e a esmola”, como forma de combater a “corrupção do pecado”.
A mensagem assinala a importância da “Palavra de Deus” como força de “suscitar a conversão” no coração de todos.
“Fechar o coração ao dom de Deus que fala tem como consequência fechar o coração ao dom do irmão”, observa Francisco.
O Papa pede que as comunidades católicas promovam a sua “renovação espiritual”, participando também nas Campanhas de Quaresma que muitos organismos eclesiais promovem.
“A Quaresma é um tempo propício para abrir a porta a cada necessitado e nele reconhecer o rosto de Cristo. Cada um de nós encontra-o no próprio caminho”, recorda.
O Papa explicou, na sua mensagem, que a Quaresma é "um caminho de esperança". Ela é exigente, "como o amor é exigente", mas é dessa esperança que se contrói um caminho de liberdade, seguindo os ensinamentos de Jesus, para nos libertarmos da "escravidão". Esta escravidão relaciona-se com o dinheiro, e com o uso errado que dele fazemos, deixando-nos subjugar pelos interesses egoístas e materialistas, negligenciando a importância da vida - da nossa, e de todas aquelas que de algum modo se cruzam no nosso caminho. 
O Santo Padre usa a história bíblica de Lázaro para nos fazer refletir sobre a importância do valor que as outras pessoas devem ter na nossa vida, porque o têm, efectivamente:
“Lázaro ensina-nos que o outro é um dom. A justa relação com as pessoas consiste em reconhecer com gratidão o seu valor. O próprio pobre à porta do rico não é um empecilho importuno, mas um apelo a converter-se e a mudar de vida”.
Assim, este ano o Papa Francisco apela a que aproveitemos o período da Quaresma para fazer a devida reflexão, oração e penitência e, de forma consciente, darmos mais valor a quem precisa de nós, fazendo deste período um recomeço de vida.
A penitência e as provações que fazem parte da Quaresma têm como fim a fortificação do caráter e, sobretudo, a firmeza da Fé. Não representa um fim, mas a oportunidade de renascer em Cristo.
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O Santo Padre, o Papa Francisco, enviou sua mensagem para a Quaresma deste ano, como acontece todos os anos. Ao nos aproximarmos desse momento forte do ano litúrgico, é importante refletir sobre o direcionamento que o Santo Padre dá à nossa prática quaresmal neste ano. Ele escreveu no dia 18 de dezembro de 2016 a sua mensagem, que tem como tema: “A Palavra é um dom. O outro é um dom”.
O Papa começa falando em sua mensagem sobre o sentido da Quaresma: “A Quaresma é um novo começo, uma estrada que leva a um destino seguro: a Páscoa da Ressurreição, a vitória de Cristo sobre a morte. E este tempo não cessa de nos dirigir um forte convite à conversão: o cristão é chamado a voltar para Deus ‘de todo o coração’ (Jl 2, 12), não se contentando com uma vida medíocre, mas crescendo na amizade do Senhor”.
Ele nos lembra que Jesus é o amigo fiel que nunca nos abandona, pois, mesmo quando pecamos, espera pacientemente pelo nosso regresso a Ele e, com esta espera, manifesta a Sua vontade de perdão. (Cf. Homilia na Santa Missa, 8 de janeiro de 2016). O tempo da Quaresma tem por finalidade preparar a Páscoa: a liturgia quaresmal conduz à celebração do mistério pascal: sejam os catecúmenos, através dos diversos graus da iniciação cristã, sejam os fiéis, mediante a atualização do batismo e a prática da penitência.
Como outrora, o povo de Deus caminhou 40 anos no deserto, rumo à Terra prometida, e Jesus que se retirou 40 dias no deserto, preparando sua paixão, morte e ressurreição, assim os cristãos, hoje, acompanham os passos do Divino salvador, preparando devotamente a santa Páscoa.
O Santo Padre, em sua mensagem, nos fala de três pontos: 1- O Outro é um dom, 2 - O pecado cega-nos e 3 - A Palavra é um dom.
1- O Outro é um dom
No início, o Papa recorda a passagem do homem rico e do pobre Lázaro. “A liturgia de Quarta-Feira de Cinzas convida-nos a viver uma experiência semelhante à que faz, de forma tão dramática, o rico. Quando impõe as cinzas sobre a cabeça, o sacerdote repete estas palavras: “Lembra-te, homem, que és pó da terra e à terra hás de voltar”. De fato, tanto o rico como o pobre morrem, e a parte principal da parábola desenrola-se no Além. Dum momento para o outro, os dois personagens descobrem que nós “nada trouxemos ao mundo e nada podemos levar dele”. (1 Tm 6, 7).
Diz o Santo Padre: “Lázaro ensina-nos que o outro é um dom. A justa relação com as pessoas consiste em reconhecer, com gratidão, o seu valor. O próprio pobre à porta do rico não é um empecilho fastidioso, mas um apelo a converter-se e mudar de vida. O primeiro convite que nos faz esta parábola é o de abrir a porta do nosso coração ao outro, porque cada pessoa é um dom, seja ela o nosso vizinho ou o pobre desconhecido. A Quaresma é um tempo propício para abrir a porta a cada necessitado e nele reconhecer o rosto de Cristo”.
2- O pecado cega-nos
Quanto à perícope, esta nos faz ver que a raiz do pecado está na ganância do dinheiro. O apóstolo Paulo diz que “a raiz de todos os males é a ganância do dinheiro” (1 Tm 6, 10). Esta é o motivo principal da corrupção e uma fonte de invejas, contendas e suspeitas. O dinheiro pode chegar a dominar-nos até ao ponto de se tornar um ídolo tirânico. (Cf. Exortação Apostólica Evangelii gaudium, 55). Em vez de instrumento ao nosso dispor para fazer o bem e exercer a solidariedade com os outros, o dinheiro pode nos subjugar, a nós e ao mundo inteiro, numa lógica egoísta que não deixa espaço ao amor e dificulta a paz.
“A parábola mostra-nos que a ganância do rico fá-lo vaidoso. A sua personalidade vive de aparências, fazendo ver aos outros aquilo que se pode permitir. Mas a aparência serve de máscara para o seu vazio interior. A sua vida está prisioneira da exterioridade, da dimensão mais superficial e efémera da existência (cf. ibid., 62)”
3- A Palavra é um dom
O Papa continua sua reflexão sobre esta perícope e nesta ele fala do grande problema que tinha o rico. O problema era de não escutar e de fechar o seu coração para Deus. “A Palavra de Deus é uma força viva, capaz de suscitar a conversão no coração dos homens e orientar de novo a pessoa para Deus. Fechar o coração ao dom de Deus que fala, tem como consequência fechar o coração ao dom do irmão”. (Retirado do site:
Consequentemente, a Quaresma é um tempo propício para a nossa reflexão e conversão. Só assim poderemos ter um coração mais próximo à vontade de Deus. Por isso, é agora o tempo para todos adentrarem neste mistério do tempo quaresmal, pois assim poderemos celebrar com amor e eficácia o tempo da graça do Senhor. Vivamos com intensidade o tempo da Quaresma para chegarmos santos e puros na Páscoa do Senhor!

Referências bibliográficas:
            - ACI digital
            Ecclesia
            OC

            pt.radiovaticana.va/news/2017/02/07/papa_francisco_mensagem_pa ra_quaresma_2017_-_texto_integral/1290880.

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