Pasárgada

…Cheguei no momento da criação do mundo e resolvi não existir. Cheguei ao zero-espaço, ao nada-tempo, ao eu coincidente com vós-tudo, e conclui: No meio do nevoeiro é preciso conduzir o barco devagar.


Serei o que fui, logo que deixe de ser o que sou; porque quando fui forçado a ser o que sou, foi porque era o que fui.

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terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Natal 2017

O tempo estreitou o seu círculo e o nosso coração se alarga para acolher Jesus, que já está no meio de nós, mas que às vezes, não nos damos conta de tamanha riqueza!
Esse tempo Luminoso nos coloca na gruta de Belém, contemplando a estrela Maior, a Luz que veio afastar as trevas do coração humano, tornando clara a presença de Deus em nós!
Natal, a festa do amor, festa do encontro ou do reencontro, quando o Divino abraça o humano em toda a sua condição, e no abraço Divino, o humano reencontra a sua identidade de filho e filha de Deus!
O Senhor do céu, se fez Senhor da terra, se revelando na simplicidade de uma criança necessitada de cuidados humanos, é Deus se fazendo pequeno, descendo à fragilidade humana, para nos elevar!
O espírito Natalino nos contagia, é o amor falando mais alto ao nosso coração, um amor que nos remete ao coração do Pai, que, através do Filho, nos concede a graça de redescobrirmos o caminho da felicidade plena!
Este tempo de profunda espiritualidade, nos envolve no mistério da encarnação, quando Jesus entra na nossa vida e nos faz abandonar o "homem" velho para viver o "homem" novo!
É tempo de gratidão, de deixar aflorar o amor que Deus plantou no nosso coração!
Neste tempo de graça, em que sentimos o céu mais próximo da terra, o nosso coração vislumbra a plenitude com mais fé, nos dando a certeza de que com Jesus, novos horizontes se abrirão para nós!
Que as alegrias do Santo Natal não se resuma na comemoração de um só dia, que ela perdure por todos os dias da nossa vida!
Façamos da nossa vida um eterno Natal, deixando Jesus entrar na nossa vida e nos transformar por inteiros.
Desejo a todos um feliz e santo Natal!
Que a paz do Senhor Jesus, esteja presente no coração de cada um/uma de vocês: meus irmãos e imãs em Cristo Jesus.
Kaquinda Dias

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Paciência e amor na vida familiar
1 – CONCEITO
Paciência é uma virtude do ser humano baseada no autocontrole emocional, ou seja, quando um indivíduo suporta situações desagradáveis, injúrias e incómodo de terceiros sem perder a calma e a concentração.
A paciência é principalmente baseada na tolerância em relação com os erros alheios ou diante de situações e factos indesejados.
O ato de ter paciência pode também significar perseverança em relação a algo, como uma resposta, situação ou acção que aparentemente não tem previsão para se concretizar.
A expressão "perder a paciência" é utilizada justamente quando toda a tolerância e perseverança se acaba, quando um indivíduo já não suporta esperar. A paciência é uma das características do "ser educado e humanizado". Saber agir com paciência significa não agir com pressa, ser atento e cuidadoso com o que se está fazendo; saber ouvir, ver, sentir e falar com parcimónia (sobriedade, poupar o outro).
O ato de ser paciente é considerado como uma das virtudes do Espírito Santo, de acordo com a doutrina cristã. No âmbito religioso, a paciência está ligada com a compreensão e perseverança na fé e se exercita pela tolerância e perdão.

2 - NA VIDA FAMILIAR, CASAR É UM EXERCÍCIO DE PACIÊNCIA

A visão romântica do casamento pressupunha relacionamentos perfeitos, onde marido e mulher compartilhavam de um companheirismo sem limites e um amor tão intenso que nada seria capaz de abalar. A realidade, no entanto, já há bastante tempo derrubou mitos e mostrou que ninguém deixa de ser humano porque está amando, que erros são cometidos ainda que sem a intenção, e que mesmo o mais forte sentimento sofre influência das pressões do dia a dia. A paciência, na realidade, acaba sendo um bem muitas vezes mais valioso do que o próprio amor na rotina conjugal. Uma verdadeira terapia de casal, um exercício de crescimento.
Viver com alguém debaixo do mesmo tecto, dormir e acordar todos os dias juntos, é bonito, mas também muito complicado. Filhos, contas, parentes de um e de outro, casa, trabalho, empregados, animais, são tantos os itens que compõem uma vida a dois que muitos casais quase “esquecem” como é namorar depois que a lua-de-mel começa a se distanciar no tempo.
Muitas vezes não tem nada a ver com falta de amor, de vontade sexual ou de atracção física, mas é difícil manter o romantismo quando há mais contas a pagar do que dinheiro no banco ou quando as noites são mal dormidas por causa de preocupações, por exemplo. Entender o momento pelo qual o outro está passando é tão importante quanto ter o seu próprio momento compreendido. Afinal, é difícil aceitar opiniões completamente divergentes quando se espera apoio total e irrestrito. Mas será que você também está pronto para ser flexível?
É comum o casal se perguntar porquê, no final das contas, passaram a haver discordâncias de opinião quando antes elas não existiam. Espera-se que o bom senso impere, mas, na maioria das vezes, acaba-se esperando isso do outro. É preciso fazer uma análise crítica e realista de si mesmo, antes de analisar o outro (antes de apontar o dedo). Você realmente discorda ou apenas espera uma oportunidade para divergir e criar um clima? Há realmente necessidade de toda essa polémica ou na verdade o assunto não merece mais do que 30 segundos de atenção? Você está aberto a negociações ou simplesmente usa a sua discordância como válvula de escape para uma situação mais complicada?
O que se espera de duas pessoas que se amam é: Paciência, tolerância, perdão e fé. Porque negociações são feitas todos os dias, em todos os lugares. Você negocia o preço de algum produto, o filme que vai ver, o almoço com as crianças, o seu ponto de vista com seu chefe. Mas, muitas vezes as pessoas são mais intransigentes justamente com quem se ama, com níveis de cobrança elevadíssimos.
Claro que não há uma única fórmula para a felicidade, mas cada casal pode encontrar a sua. Procurar manter o amor conjugal apesar da rotina, dar atenção a pequenos gestos, manter o diálogo aberto sem esperar concordância o tempo inteiro, entender que brigar também faz parte do casamento e exercitar sua paciência diariamente podem fazer a diferença entre um casamento feliz e uma relação agonizante.
Lembre-se que o casamento é uma relação a dois e cada um deve fazer a sua parte, claro – mas você não precisa esperar que seja o outro a começar.

Paciência é receita para manter casamento – O que hoje não deu certo amanhã pode dar certo.

Fica claro que está justificado ceder tantas vezes mais do que deveria, que se exerça o perdão hoje, amanhã e depois de amanhã, e que se espere um pouco mais com a esperança de que as coisas melhorem…
A paciência deve ser mútua e levada a cabo quase como um exercício. Eu sou paciente contigo porque te respeito e gosto de ti, te amo, porque te reconheço como pessoa, e sei que amar não é só gostar das coincidências, e sim respeitar também as diferenças.
Agora, a paciência requer por sua vez clareza emocional. É preciso saber onde estão os limites e compreender em que momento estamos ficando vulneráveis como pessoas. Como membros de um relacionamento afectivo - família.
Não é preciso ser passivo frente às exigências carregadas de egoísmos, frente à posição de se priorizar ante o outro. Não se deve fechar os olhos às carências, nem ser impassível à dor emocional que os vazios provocam, os desprezos ou os maus tratos subtis exercidos através de palavras envenenadas.
Agora, para que um relacionamento prospere na vida familiar ou cure essas carências que machucam, o esforço deve ser mútuo. Na hora em que um oferece mais e o outro só apresenta as suas desculpas, a paciência se perde completamente, e com ela, a decepção se transforma em um abismo. Mas é preciso investir na sua recuperação.
3 - RECOMENDAÇÕES
1. Na hora da tensão, respire - Esse é o mais básico. Se você está para explodir, foque na sua respiração e tente respirar o mais lento possível.
2. Traga à mente o que lhe faz bem - Em qualquer hora de stress, lembrar de coisas boas ajuda e muito. Foque nelas, lembre-se de algo que lhe faz muito feliz. Uma brincadeira com seu filho, seu desporto favorito, uma noite de amor ardente com companheir/a.
3. Não responda com agressividade - Você precisa entender que a palavra lançada não volta mais, então, por mais que aquilo te incomode, responder com agressividade pode ser muito pior para você e para seu amor. Seja bondoso(a), lembre-se do que realmente é importante na sua vida, talvez o que está te estressando não se compara com tudo que essa pessoa já fez de bom por ti.
4. Descubra a causa - Preste atenção àquelas coisas que sempre te levam ao extremo. Anote, se possível, seu comportamento quando essas coisas ocorrem.
5. Separe as coisas - Lembre-se que a paciência tem a ver com controlo. E se controlar é a chave para ter paciência. Mas existem coisas que você pode controlar, outras não, elas estão além do seu controle. Por isso, você precisa saber o que pode ser controlado por ti e nisso você dar o seu melhor, e o que não pode ser alvo do seu controle, para essas coisas, se toque e entenda que você não precisa se estressar.
6. Administre a situação - Por mais que você esteja perto de perder as estribeiras, lembre-se que falar palavras de maldição, atacar e ofender poderão deixar marcas muito piores, por mais que a outra pessoa irrite, administrar e inverter a situação pode dar resultados melhores no futuro.
7. Tenha empatia - Coloque-se no lugar do outro, entenda os motivos que levaram ele ou ela a cometer aquilo, de fazer algo fora do que você esperava.
8. Depois dos ânimos controlados, converse abertamente - Seja sincero(a), exponha que aquele ato te incomoda, te deixa triste e que você será muito mais feliz se aquilo não se repetir.
9. Entregue a Deus - Se estamos com o coração em Cristo, podemos superar qualquer dificuldade. Agir como Cristo age pode até ser fácil, mas reagir como Ele reagiria, é o segredo. Por isso, coloque Cristo no controle, entregue a Deus o que vem roubando a sua paz. Uma coisa importante que precisamos deixar claro é que ser paciente não é o mesmo que ser passivo. Não é deixar que a casa vire de cabeça para baixo e você não faça nada. Claro que não! Você precisa sim continuar sendo uma pessoa de atitude, que resolva, você só não precisa ser descontrolado(a).
8 Maneiras de ser paciente - A paciência é uma capacidade humana de perseverar e manter a compostura em situações que exigem compreensão e tolerância, e também incentiva a intensidade emocional. A paciência é muitas vezes conhecida como uma virtude necessária para um relacionamento saudável e funcional dentro da família e no lar.

9 - Foque na sua mente - Concentre-se no seu pensamento. Você possui pensamentos, crenças e personalidade que interagem para a prática da paciência e calma. Para aprender a ser mais paciente, é necessário que mude o seu pensamento de forma que se concilie com a serenidade.

10 - Observe situações que desafiam a sua paciência. - Procure observar as respostas emocionais, físicas e mentais que te tiram do sério para que você possa aprender a reconhecer esses sinais e saber como filtrá-los de maneira a superar esse desafio. Entender e driblar esses desafios é sua primeira grande lição para aprender enfrentar os desafios do relacionamento familiar e doméstico e desenvolver a prática da paciência e usá-la no dia a dia.

11 - Elimine os pensamentos que reflectem sobre o que você sente ou o que deve fazer. - A vida é, por vezes, imprevisível e há muitas circunstâncias que estão além do nosso controle. Como por exemplo, evite pensamentos como: “meu marido sempre esquece de dar descarga na sanita, ou deixa a toalha molhada sobre a mesa” ou ” minha mulher sempre se demora e atrasa quando vamos sair”. Assim você pode se posicionar e absorver com mais clareza o facto ocorrido.

12 - Fale pra si mesmo(a) que é capaz. - Quando surgem os problemas que testam a sua paciência, fique recitando em sua mente afirmações de forma positiva que você pode sim ser paciente. Quando você sentir que está perdendo a paciência durante uma discussão qualquer com o seu marido, esposa, etc, diga para si mesmo: “Eu sou capaz de ser paciente, não vou me desequilibrar, sou uma pessoa paciente e centrada”. Você pode até duvidar, mas essa prática funciona mesmo.

13 - Conheça o seu Ego - Você é que determina o quanto de impaciência é devida ao seu desejo de estar certo ou ter as coisas sob controle certo. Para desenvolver a paciência de verdade, você deve saber que um ambiente familiar envolve duas ou mais pessoas, e que o modo de pensar é apenas uma parte da equação. Por isso deve considerar posições alheias.

14 - Incentive uma comunicação mais aberta - As duas partes precisam praticar a paciência, mesmo com coisas em que os dois não concordam, não aceitam e não querem ouvir. Toda relação exige uma comunicação aberta e honesta (ser claro como água e transparente como vidro).

15 - Torne a sua vida mais dinâmica - Os dois lados possuem forças e fraquezas, e os dois devem trabalhar em parceria para fazer o relacionamento desenvolver de forma saudável. É possível sim aprender a ser paciente, focando seus esforços de forma mútua e estar ciente de como cada um contribui para o sucesso da relação.

16 - Tenha sua própria reflexão pessoal. - Você só pode desenvolver a paciência com seus próprios esforços. Determine um tempo só seu para pensar sobre como você pode praticar a paciência em seu relacionamento para assim ser uma pessoa melhor pra ti mesmo e para a pessoa que está ao seu lado.

4 - TERAPIA PARA SE TORNAR MAIS PACIENTE
Ser paciente exige o controlo total dos nossos pensamentos, acções e palavras. Não importa qual seja o ambiente onde você passa mais tempo: escola, trabalho, casa. Em qualquer um desses lugares, sempre tem alguém querendo ser mais paciente. Com a rotina agitada do dia-a-dia, ter paciência pode ser um pouco complicado, mas é de extrema importância para qualquer projecto.
Para aprender a melhor maneira de gerenciar a sua paciência, você pode tentar se testar em algumas situações, como parar na fila mais longa num estabelecimento esperando por um atendimento ou se manter atrás de uma pessoa que anda devagar em um lugar no qual você está acostumado a andar mais rápido.
A paciência é, basicamente, controlo. Você pode não dominar esse controlo agora, mas certamente é algo que pode ser desenvolvido. Obvio que existem coisas que estão alheias à sua vontade, mas você precisa saber diferenciá-las para que não tenha um ataque de nervos. Identifique o que pode ser controlado por você e faça o melhor trabalho que puder naquilo. Quanto ao que você não pode dominar, deixe acontecer.
E não se engane acreditando que ser paciente é o mesmo que ser passivo. Na realidade, ser paciente se trata de saber gerenciar a si mesmo, o que requer atenção aos seus pensamentos, actos, emoções e palavras. Isso significa que você não deve gastar o seu tempo tentando controlar os outros, mas sim a si mesmo. Veja algumas dicas que podem ajudar você a se controlar e manter a paciência:
Para se tornar mais paciente:
1. Respire - Nos momentos em que você estiver perto de perder o controle esvazie sua mente e foque-se na sua respiração. Respire lentamente, prestando atenção no seu ritmo de expiração e inspiração. Isso vai ajudá-lo a se manter calmo.
2. Caminhe - Um bom truque para se acalmar e manter a cabeça no lugar é fazer uma caminhada. Não precisa ser uma caminhada longa, o objectivo aqui é apenas tirar do centro de seus pensamentos o que está te incomodando. Preste atenção ao caminho que está fazendo, dedique-se a encontrar coisas novas em um lugar pelo qual você passa todos os dias.
3. Reflicta - Ao final do seu dia sente-se em seu lugar preferido e pense sobre os acontecimentos. Não ligue a TV, o rádio ou qualquer outra coisa que possa distrair os seus pensamentos. Reserve esse tempo para identificar o que te incomodou ao longo do dia e pensar em como esses problemas podem ser resolvidos.
4. Escute - Não transforme uma conversa em discussão. Mesmo que você não concorde com o ponto de vista de outras pessoas, não tem o menor motivo para criticá-las por isso. Procure ouvir os argumentos das pessoas e falar os seus de forma calma. Antes de responder considere tudo que a pessoa está dizendo.
5. Sorria - Pode parecer absurdo, mas sorrir mais faz com que você se sinta melhor consigo mesmo. Existem situações nas quais um sorriso não cabe, mas na maioria delas ele não vai te prejudicar. Pratique no espelho, veja quanto tempo você é capaz de manter um sorriso.
6. Lembre - Em momentos de stress, escolha as suas lembranças favoritas e pense nelas. Voltar a uma época ou situação que nos fez feliz ajuda a restabelecer a calma.

Kaquinda Dias (mbn)


sexta-feira, 17 de novembro de 2017


MEMÓRIA DE SANTA ISABEL DA HUNGRIA
Lc 19, 11-28
Os dons que temos não nos pertencem, 
mas sim a Deus, que é o Senhor de tudo, 
de modo que os dons que recebemos de Deus devem ser ordenados para ele. 
Sendo assim, não podemos usar os nossos dons, 
nem mesmo os dons naturais,
somente em vista da nossa realização e da nossa promoção pessoal, 
mas devemos colocá-los a serviço de Deus e dos nossos irmãos e irmãs,
pois somente quando o dom se transforma em serviço
é que ele é capaz de multiplicar e de produzir frutos em abundância, 
contribuindo, assim, para que o Reino de Deus 
cresça cada vez mais no meio dos homens.

domingo, 12 de novembro de 2017

SER, EXISTÊNCIA, ESSÊNCIA, SUBSTÂNCIA
Em metafísica, a essência (do termo latino essentia) de uma coisa é constituída pelas propriedades imutáveis da mesma, que caracterizam sua natureza. O oposto da essência são os acidentes da coisa, isto é, aquelas propriedades mutáveis da coisa. Para o existencialismo, "a existência precede a essência", conceito formulado por Sartre, em que primeiro o ente existe e depois sua essência é introjetada durante o seu percurso como ser que existe no mundo.
Não há graus de existência; ou se é existente, ou não se é existente. O que há são graus de ser segundo a bondade ou nobreza, e tais graus fazem parte da quarta via tomista para provar a existência de Deus. Há, naturalmente, distintos modos de existir: fora da mente, na imaginação, etc. Mas não se pode dizer que o cão tem grau maior de existência que a erva, conquanto se deva dizer, sim, que o ser do cão é superior ao da erva. Em outras palavras, posso dizer que ser cão é ser mais que ser erva; mas não posso dizer que “existir [como] cão” é “existir” mais que “existir [como] erva”. Uma coisa, pois, é a distinção possível entre os modos de existência, outra a distinção entre os graus de ser. Ademais, existência é o ser em ato, mas é do ato de ser que decorre o ser em ato (e o ato de ser é participado por Deus a todas as coisas, incluídas as mesmas formas, que não dão o ser senão como causas segundas). – Por fim, a existência é o que responde à pergunta an sit (“se existe”), e só se distingue da essência segundo a razão; ao passo que o ser é a atualidade de todos os atos e o que há de mais íntimo às coisas: é o que há de mais próprio na Criação, e, nas criaturas, distingue-se realmente (in re) da essência (esta é uma das principais teses tomistas). Com efeito, nas criaturas a essência não é seu mesmo ser, senão que o tem por participação; ao passo que em Deus a Essência é o próprio Ser subsistente.
A loucura cartesiana (revelada na dúvida metódica) deve-se talvez em parte à mesma incapacidade de distinguir aqueles dois pares. A existência dos entes sensíveis é evidente (não assim a dos entes suprassensíveis: Deus, os anjos, a alma humana). Ora, o homem é sensível. Por conseguinte, a dúvida cartesiana é uma negação do evidente, razão por que se enquadra na fórmula segundo a qual “a filosofia moderna é um problema de psicopatologia” (É. Gilson). – E veja-se que, se a existência dos entes sensíveis é evidente, não assim seu ser como ato de ser e como realmente distinto de sua essência.
Qual a diferença então entre substância e essência?
A substância é, antes de tudo, o que subsiste em razão de si (o que subsiste em razão de outrem são os acidentes) e, depois, o que é sujeito ou suporte de acidentes. Toda e qualquer substância tem em si essência e ser, enquanto que os acidentes só os têm em outro, ou seja, na substância. A substância, pois, não “é” essência + ser; só em Deus se identificam substância, essência e ser. A substância, insista-se, tem em si essência e ser, e é esta a maneira mais própria de dizê-lo. – Por outro lado, essência = quiditas [quid (quididade)], ou seja, é aquilo que responde à pergunta “o que é”. Qual a essência ou quididade de homem? Ou seja, o que ele é? Animal racional, e esta é sua essência ou quididade (pelo gênero, animal, a essência do homem inclui carne e ossos [não esta carne e estes ossos], enquanto pela diferença específica, racional, a essência do homem inclui uma alma imaterial ou intelectiva). Vê-se assim que substância não é o mesmo que essência (embora, como dizem Aristóteles e S. Tomás, por vezes se use substância por essência e vice-versa).

Tomás de Aquino quase sempre usa o verbo esse (literalmente, “ser”) também com o sentido puro e simples de “existir”. Quando o nosso Doutor escreve utrum Deus sit, pode traduzir-se por “se Deus existe”. Veja-se a diferença, em português, entre o homem existe e o homem é animal racional; mas no latim de Tomás (o que também é possível em português), ainda que com sentido distinto, se usa em ambos os casos est (literalmente, “é”). Atente-se, ademais, a esta peculiaridade: antes de Tomás de Aquino sempre se usara existere para “existir”; e creio que, se ainda para o sentido existencial o Doutor Angélico usava o verbo esse, não é senão porque via a existentia justo como intimamente decorrente do esse ou actus essendi. – Note-se por fim que na pergunta tomista utrum Deus sit (em Suma Teológica, I, q. 2, a. 3) não se pergunta pelo modo do ser de Deus nem por seu grau, senão que simplesmente se pergunta se se pode afirmar a existência de Deus ou seu, digamos, “fato de ser” (se assim não fosse, não diria Tomás que o argumento idealista de Anselmo para provar a existência de Deus não explica o ateísmo).

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Dedicação da Basílica de Latrão
Celebramos nesta quinta-feira a Dedicação da Sacrossanta Basílica do Latrão. O que é a Basílica do Latrão? É a Sé Catedral da cidade de Roma, que foi construída entre os anos de 314 e 335 e fundada pelo Papa Melquíades na propriedade oferecida e doada para esse fim pelo imperador Constantino, ao lado do Palácio Lateranense. Mas, porque se chama Basílica do Latrão? Porque esta Basílica foi construída no terreno “dei Laterani”, ou seja, da família proprietária da chácara, herdada pela mulher de Constantino, o Imperador Romano, que a doou ao Papa.
Esta Basílica tem um significado muito especial para a cristandade: lá foram celebrados os cinco Concílios Ecumênicos. Diz a tradição da Santa Igreja que o aniversário de sua dedicação, celebrado originalmente só em Roma, comemora-se em todas as comunidades do rito romano com a finalidade maior de enaltecer o ministério petrino do Sumo Pontífice que de sua Basílica Patriarcal preside na caridade a única Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo que congrega, por seu gesto primacial, todas as Igrejas de todo o orbe. A Basílica de Latrão, portanto, é a Mãe de todas as Igrejas de todo o mundo católico.
Até à construção do Vaticano o Santo Padre morava no Palácio Lateranense que é anexo a Basílica de mesmo nome. Portanto a Basílica do Latrão é a Catedral do Papa em Roma, é a Igreja que é a Mãe e cabeça de todas as Igrejas.
A Basílica do Latrão tem como padroeiro principal o Santíssimo Salvador. Tem como dois co-patronos, São João Batista, celebrado a 24 de Junho e São João Evangelista, celebrado a 27 de dezembro. Dois homens que caminharam nas estradas da salvação. João Batista, o precursor, aquele que preparou os caminhos para Jesus anunciando que Outro viria baptizar com o Espírito Santo, porque ele batizava com água. São João Evangelista, o apóstolo bem amado, o último apóstolo a morrer e com a sua morte se considera fechada às portas das revelações e dos ensinamentos bíblicos do Novo Testamento. Por isso mesmo o povo de Roma conhece a Basílica celebrada hoje como a Basílica de “São João do Latrão”.
DEO OPTIMO MAXIMO, ou seja, A DEUS ÓPTIMO E MÁXIMO celebramos a festa de hoje. Dedicada a Deus óptimo e máximo a Basílica de Latrão quer interpelar em cada um de nós um compromisso evangelizador renovado de profundo amor e seguimento a Nosso Senhor e Divino Salvador Jesus Cristo e a Sua Igreja. Não há Igreja no mundo que não seja dedicada a DEUS O SALVADOR. Todas as Igrejas, evidentemente são dedicadas a um Santo ou a uma Santa que viveram a radicalidade do Evangelho e servem-se como luzeiros na nossa caminhada de fé e de esperança cristã. Mas, estes santos viveram a sua vida, dedicaram a sua vida a DEUS ÓTIMO E MÁXIMO.
Todos nós participamos a cada domingo da celebração da liturgia eucarística que, via de regra, é celebrada dentro de uma Catedral, de uma Basílica, de uma Matriz, de uma Capela Filial, de um Oratório, de um Orago, de um centro comunitário, de uma praça ou no próprio logradouro público. A Igreja, esta Igreja como templo, dentro da qual estamos, é o edifício pelo qual todos nós nos reunimos para adorar a DEUS ÓTIMO E MÁXIMO, ao Divino Salvador.
Mas, graças a Deus, a Igreja transcende o templo de pedra. A Igreja é a comunidade viva de fiéis, é a reunião de todos os batizados que vem adorar ao Deus Salvador. Assim nos ensinou o Concílio Vaticano II: “A Igreja não se acha deveras consolidada, não vive plenamente, não é um perfeito sinal de Cristo entre os homens, se aí não existe um laicato de verdadeira expressão que trabalhe com a hierarquia. Porque o Evangelho não pode ser fixado na índole, na vida e no trabalho dum povo, sem a ativa presença dos leigos”(Cf. Decreto “Ad Gentes” n. 21). Continua o Concílio Ecumênico Vaticano II: “O principal dever dos homens e das mulheres é dar testemunho de Cristo pelo exemplo e pela palavra, na família, no seu ambiente social e no âmbito da profissão”(idem).
Vivemos todos dentro da grande comunidade de fiéis chamada Igreja ou “Ecclesía”, o que significa, assembléia ou comunidade de fiéis, comunidade do povo de Deus peregrino. São Paulo nos ensinou que a comunidade cristã é o templo de Deus, onde quer que esteja ou se que se reúna para o louvor do Deus Altíssimo e Onipotente. Todos os fiéis que fazem parte do corpo místico de Cristo constituem a comunidade orante, a comunidade militante e a comunidade padecente que formam a grande Igreja, Jerusalém celeste conforme celebramos há dois dias a Solenidade de Todos os Santos e Santas de Deus. O próprio fiel, pelo Batismo, é templo e morada do Espírito Santo. Todos nós somos membros da pedra viva, o “Corpo de Cristo”.
Assim, rezemos, pois, elevando nossos pensamentos ao Senhor da Vida para que a Igreja que peregrina no mundo, a partir do primado da Caridade de Bento XVI, que da Catedral Lateranense a todos abençõe a congrega na unidade, para que possamos todos cantar as alegrias eternas neste vale de lágrimas, aonde a justiça, a paz, a concórdia, a misericórdia e a acolhida fraternal sejam a nota de júbilo e louvor ao DEUS ÓTIMO E MÁXIMO que se consagra a Basílica do Latrão e que, diuturnamente, se consagra à vida de cada um dos cristãos. Amém!


segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Justificação

Justificados pela fé no Filho (Romanos 3.21-26)
Introdução
Os nossos pecados nos separam de Deus (Is 59.2). Imagine essa separação como um abismo. Qual seria a sua profundidade? Antes de responder, lembre não dos nossos pecados, mas de quem ofendemos, um Deus eterno, santo e infinito. Portanto, os efeitos da ofensa são dessas proporções. O abismo de culpa será infinito. Nem toda a justiça do mundo seria capaz de preenchê-lo.
A conclusão de Paulo na primeira parte da sua apresentação do evangelho é que o homem, por si só, está perdido. Porém, agora, o apóstolo passa a apresentar a segunda parte do evangelho, a providência que Deus tomou para termos de novo comunhão com ele. Deus satisfez a sua justiça na pessoa do Filho, portanto, podemos ser justificados pela fé em Cristo. Veja como.
I. Graça: fonte da justificação
Os romanos não encontrariam em si próprios a fonte da justificação. Por isso, deveriam tirar os olhos deles mesmos e se voltarem em outra direção, para outra fonte, a graça de Deus (Rm 2.24).
a. A realidade humana
1.    Culpado – O apóstolo já havia discorrido sobre a situação espiritual do ser humano, gentio ou judeu. Todos estavam debaixo da ira de Deus (Rm 1.18), pois eram igualmente culpados (Rm 1.20; 2.1,23; 3.23).
2.    Incapaz – Outra realidade é a incapacidade que o homem tem de se autojustificar diante de Deus com algum mérito ou justiça própria (Jr 13.23; Is 64.6). Ninguém será justificado diante de Deus por obras da lei (Rm 3.20).
3.    Rebelde – O ser humano não só está em situação de desespero espiritual e sem condições próprias de sair dela, como também, não tem esse desejo (Rm 3.10,11). É pecador condenado, incapaz de se autojustificar, e rebelde.
b. A iniciativa de Deus
Aqui começa a mudança radical. “Ninguém será justificado por obras da lei” (Rm 4.20), mas é possível ser justificado pela graça de Deus (Rm 3.24). Tudo o que o homem não consegue por esforço próprio, Deus lhe concede de graça (Ef 2.8,9). E por que graça?
Primeiro, porque não merecíamos ser salvos, pois éramos todos culpados aos olhos de Deus. Só merecíamos condenação. Mesmo assim, ele resolveu nos salvar. Segundo, essa salvação é de graça, porque Jesus fez o que não poderíamos fazer para adquiri-la. Ele viveu uma vida de perfeição que não poderíamos viver (Mt 3.17; 17.5; Fp 2.8; Hb 4.15) e ainda pagou por uma culpa que não tínhamos condições de pagar (Is 53.5,6). Por último, é graça, porque ele tomou a iniciativa de nos buscar, enquanto desgarrados e fugitivos (Mt 1.21; Lc 19.10). Ele nos encontrou e nos amou primeiro (1Jo 4.10). Não esperou que fôssemos ao seu encontro (nunca faríamos isso), mas nos alcançou como um pastor que busca a sua ovelha perdida (Lc 15.4-6).
II. A obra de Cristo: o fundamento da justificação
Paulo toma emprestado um termo dos tribunais de justiça e descreve a ação de um juiz em absolver um acusado. A justificação é um termo legal que se refere ao ato ou efeito de declarar justa uma pessoa. Mas, em primeiro lugar, isso não significa que o pecador passa a ser essencialmente justo, puro ou sem nenhum pecado. Essa é uma declaração judicial do tribunal de Deus. E como é que um Deus santo, justo e irado contra os pecadores pode olhar para pessoas culpadas e declará-las justas, ou seja, absolvê-las diante do seu tribunal? Não seria contraditório? (Dt 25.1; Pv 17.15) Seria, se as nossas próprias obras fossem a base da nossa justificação. Porém, Deus nos declara justificados com base na obra de Cristo, que pode ser assim descrita:
a. Redenção
Fomos “justificados … mediante a redenção que há em Cristo” (Rm 2.24). Redenção era um termo comercial e no Antigo Testamento era usado para escravos comprados para serem libertados. Dizia-se que esses escravos haviam sido redimidos ou resgatados (Lv 25.47-49). O termo foi também usado com referência ao povo de Israel, “remido” ou “resgatado” do cativeiro, primeiro do Egito (Êx 6.6) e depois na Babilônia (Is 43.1), e em seguida restaurado à sua própria terra. Nós também fomos resgatados (Mc 10.45; Is 53.10), pois Cristo pagou para deixarmos de ser escravos do pecado e sermos seu povo e propriedade (1Co 6.20; 7.23; 1Pe 2.9; Ap 5.9). Logo, tudo o que foi pago, não o foi com o nosso próprio esforço e sim com o sangue de Cristo.
 b. Propiciação
Outro termo usado para se referir a obra de Cristo é propiciação. A nossa justificação foi, “por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação” (Rm 2.24,25). A palavra propiciação significa primariamente “aplacar a ira”. No Tabernáculo do Antigo Testamento, o propiciatório era a tampa da arca da aliança (Êx 37.6-9; Lv 16.1-3, 11-14, 30, 34). Uma vez por ano, o sangue da expiação era aspergido sobre o propiciatório pelo sacerdote. Esse ritual mostrava que a culpa do pecado do povo havia sido expiada e que a ira de Deus havia sido aplacada. No contexto em que Paulo escreveu, o termo propiciação também pode ser entendido como o lugar onde a ira de Deus foi derramada ou aplacada. Em outras palavras, Cristo assumiu o nosso lugar debaixo da ira de Deus, poupando-nos assim de sermos condenados. Ele foi o nosso propiciatório. Logo, Deus pode ser favorável (propício) a nós, porque a sua ira já foi aplacada por Jesus (Hb 2.27; 1Jo 2.2; 4.10).
c. Manifestação
Deus não anulou sua justiça e simplesmente absolveu pecadores culpados. Pelo contrário, ele a manifestou de modo claro. Por meio da morte de Jesus a sua justiça foi satisfeita. Nenhum pecado do seu povo ficou sem condenação. Todas as iniqüidades que nos separavam de Deus e nos faziam seus inimigos foram castigadas em Cristo (Is 53.5; 1Co 11.24). Não houve impunidade. Para Deus nos declarar justificados, as nossas culpas precisavam antes ser pagas. Para que pudéssemos nos apresentar diante de Deus e sermos tratados como inocentes, a nossa dívida precisaria estar quitada. Logo, ainda que não sejamos inocentes e não deixemos de ser pecadores, agora, tão somente por causa da obra de Cristo, Deus nos declara justificados. Essa é a resposta para o pecador que precisa de salvação. Aquilo que ele não pode fazer por si mesmo, que é apresentar uma justiça própria, Deus já manifestou em Jesus. Por isso, Deus não é injusto quando nos recebe como filhos, estende a sua misericórdia e graça até nós, pois a sua justiça já foi manifesta no Filho.
III. A fé: o meio da justificação
Agora passamos de toda a obra que Cristo realizou fora de nós, no tempo e no espaço, para a maneira como nos apropriamos dela e dos seus benefícios. É somente por meio da fé que somos justificados. Paulo a menciona oito vezes em Romanos 3.21-31. Mas a fé não é uma obra em particular no lugar das boas-obras. Também não é um sentimento meritório que nos justifica diante de Deus. A fé é um instrumento por meio do qual desfrutamos de todos os benefícios da obra consumada de Cristo. A própria fé é uma dádiva de Deus (Ef 2.8,9). Ela é nosso estender de mãos vazias para receber o presente da salvação que há somente em Cristo. Mas o que é essa fé? Há um consenso entre os estudiosos da Bíblia que a genuína fé tem três elementos básicos: conhecimento, aceitação ou convicção e compromisso.
 a. Conhecimento
A fé à qual a Bíblia se refere não é uma crença cega ou uma submissão passiva a uma igreja ou grupo religioso. Muitos dizem ter fé em Deus ou em Cristo, mas nada sabem a respeito deles. Muitos se filiam às igrejas só porque a mensagem que ouvem os fazem se sentir melhores, gostam da música ou lá possuem amigos. Nada sabem a respeito do pecado e da salvação. Jesus, em muitos ambientes, é muito mais um símbolo do que o Salvador. Mas temos de saber em quem temos crido, assim como Paulo sabia (2Tm 1.12b). Jesus mesmo disse que a vida eterna era conhecê-lo e conhecer o único Deus verdadeiro (Jo 17.3). Só podemos crer em quem conhecemos. Antes do evangelho chegar ao nosso coração, o seu conteúdo tem de passar pela nossa mente.
b. Aceitação
A fé como conhecimento é o primeiro elemento, porém não é o único. Há também a necessidade de aceitação ou convicção de que a mensagem do evangelho é algo pessoal. Devo não somente conhecer o evangelho, mas crer que ele é verdadeiro. Temos que estar persuadidos das nossas ofensas pessoais a Deus, de que somos particularmente pecadores, e de que Cristo morreu por nós.
Alguns até têm um conhecimento intelectual das doutrinas centrais da Bíblia, mas falam delas como se fossem idéias abstratas ou um sistema filosófico qualquer. Um físico é capaz de se sentir muito mais emocionado e motivado com suas fórmulas matemáticas do que essas pessoas com as verdades eternas de salvação. Devemos não somente confessar, mas crer de todo o nosso coração (Rm 10.9).
c. Compromisso
O terceiro elemento da fé é o compromisso. Tiago, falando da importância do compromisso, disse que os demônios conheciam e criam em Deus (Tg 2.19). Mas devemos nos comprometer com Cristo, obedecendo-o (Jo 14.21,23; 15.10,14), sendo seus discípulos (Mt 28.19,20) e submetendo-nos a ele não somente como Salvador e como Senhor (Mt 6.24). O evangelho envolve mudança de valores, compromisso com reino de Deus e com o seu Rei e o desejo intenso de seguir e obedecer a Jesus.
Essa é a fé da qual a Bíblia fala que é o instrumento dado por Deus para que sejamos justificados. Tudo o que Jesus conquistou na cruz é comunicado a nós por meio da fé. Somos declarados justificados somente pela fé, com base na obra de Cristo somente e como fruto somente da graça de Deus.
Conclusão
O apóstolo passou boa parte da sua carta mostrando porque o homem precisava de salvação. Ele queria convencer tanto os judeus quanto os gentios, de que ambos eram culpados diante de Deus e que nada poderiam fazer para se salvarem. Para isso ele os confrontou com a lei de Deus, seja a lei moral que havia no coração dos gentios e a lei entregue por Moisés, da qual os judeus eram conhecedores. A única conclusão possível foi que todos eram pecadores, portanto culpados e separados da glória de Deus (Rm 3.23).
A solução é a justificação pela fé em Cristo. Tudo o que não tínhamos condição de fazer, ele fez por nós. A sua obra consumada na cruz satisfez a justiça de Deus e desviou de sobre nós a sua ira, levando-a ele mesmo sobre si. Portanto, só podemos chegar a Deus por meio da fé em Jesus, pela qual somos declarados por Deus como justificados.


segunda-feira, 16 de outubro de 2017

TEMAS DO DIA DA ALIMENTAÇÃO

16 de Outubro é o Dia Mundial da Alimentação.
Esta comemoração, que teve início em 1981, é atualmente celebrada em mais de 150 países como uma importante data para consciencializar a opinião pública sobre questões relativas à nutrição e à alimentação.
Esta data corresponde também à fundação da FAO (Food and Agriculture Organization), Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura.
Temas
Desde 1981, o Dia Mundial da Alimentação adotou um tema diferente a cada ano para destacar as áreas necessárias para a ação e fornecer um foco comum. A maioria dos temas gira em torno da agricultura porque apenas os investimentos na agricultura - juntamente com o apoio à educação e à saúde - poderão nos conduzir à erradicação da fome e da malnutrição.
Os temas abordados até agora foram:
·         1981: A comida vem primeiro
·         1982: A comida vem primeiro
·         1983: Segurança alimentar
·         1984: Mulheres na agricultura
·         1985: Pobreza rural
·         1986: Pescadores e comunidades pescadoras
·         1987: Pequenos produtores agrícolas
·         1988: Juventude rural
·         1989: Comida e ambiente
·         1990: A comida e o futuro
·         1991: árvores para vida
·         1992: Comida e nutrição
·         1993: Colhendo a diversidade da natureza
·         1994: Água para a vida
·         1995: Comida para todos
·         1996: Lutar contra a fome e subnutrição
·         1997: Investir na segurança alimentar
·         1998: As mulheres alimentam o mundo
·         1999: Juventude contra a fome
·         2000: Um milênio sem fome
·         2001: Combater a fome para reduzir a pobreza
·         2002: Água: fonte de segurança alimentar
·         2003: Trabalhar em conjunto por uma aliança internacional contra a fome
·         2004: Biodiversidade para a segurança alimentar
·         2005: Agricultura e diálogo intercultural
·         2006: Investindo na agricultura para a segurança alimentar
·         2007: O direito à comida
·         2008: Segurança alimentar mundial: os desafios das mudanças climáticas e os biocombustíveis
·         2009: Alcançar a segurança alimentar em tempos de crise
·         2010: Unidos contra a fome
·         2011: Os preços dos alimentos - da crise à estabilidade
·         2012: Cooperativas agrícolas – a chave para alimentar o mundo
·         2013: Sistemas sustentáveis agrícolas para a segurança alimentar e nutricional
·         2014: Agricultura familiar: alimentar o mundo, cuidar da Terra
·         2015: Proteção social e agricultura: quebrando o ciclo da pobreza rural
·         2016: Mudanças climáticas: "O Clima está mudando. A alimentação e a agricultura precisam mudar também"

·         2017: Mudar o futuro da migração. Investir em segurança alimentar e desenvolvimento rural.