Pasárgada

…Cheguei no momento da criação do mundo e resolvi não existir. Cheguei ao zero-espaço, ao nada-tempo, ao eu coincidente com vós-tudo, e conclui: No meio do nevoeiro é preciso conduzir o barco devagar.


Serei o que fui, logo que deixe de ser o que sou; porque quando fui forçado a ser o que sou, foi porque era o que fui.

Pesquisar em

Páginas

domingo, 17 de outubro de 2021

Missões

 

Mensagem do Papa Francisco para o dia mundial das Missões

 

Queridos irmãos e irmãs!

Quando experimentamos a força do amor de Deus, quando reconhecemos a sua presença de Pai na nossa vida pessoal e comunitária, não podemos deixar de anunciar e partilhar o que vimos e ouvimos. A relação de Jesus com os seus discípulos, a sua humanidade que se revela no mistério da Encarnação, no seu Evangelho e na sua Páscoa nos mostram até que ponto Deus ama a nossa humanidade e faz Suas as nossas alegrias e sofrimentos, nossos anseios e angústias (cf. Conc. Ecum. Vat II, Const. past. Gaudium et spes, 22). Tudo em Cristo lembra que Ele conhece bem o mundo em que vivemos e sua necessidade de redenção, e convida a sermos parte activa nesta missão: “Vá às estradas e caminhos e convide a todos que encontrar” (cf. Mt 22, 9). Ninguém é estranho, ninguém pode sentir-se estranho ou afastado do Seu amor compassivo.

A experiência dos Apóstolos

A história da Evangelização começa com uma busca apaixonada do Senhor que chama e quer estabelecer um diálogo de amizade com cada pessoa, onde quer que ela esteja (cf. Jo 15, 12-17). Os Apóstolos são os primeiros a relatar isso ao lembrar dia e hora que O encontraram: “Eram cerca de quatro horas da tarde” (Jo 1, 39). A experiência da amizade com o Senhor ao vê-lo curar os doentes, comer com os pecadores, alimentar os famintos, aproximar-se dos excluídos, tocar os impuros, identificar-se com os necessitados, propor as bem-aventuranças, ensinar de maneira nova e cheia de autoridade deixou neles uma marca indelével que suscitou admiração, espanto e alegria incontida. Como disse o profeta Jeremias, essa experiência é o fogo ardente da Sua presença activa no nosso coração que nos impele à missão, mesmo que às vezes impliquem sacrifícios e incompreensões (cf. 20, 7-9). O amor está sempre em movimento e nos põe em movimento para partilhar o anúncio mais belo e promissor: “Encontramos o Messias” (Jo 1, 41).

Com Jesus, vimos, ouvimos e sentimos que as coisas podem mudar. Ele inaugurou, já para hoje, os tempos que virão, recordando-nos de uma característica essencial de nossa humanidade, tantas vezes esquecida: “fomos feitos para a plenitude que só se alcança no amor” (Francisco, Carta enc. Fratelli tutti, 68). Tempos novos a despertar uma fé capaz de estimular iniciativas e moldar comunidades, com homens e mulheres que aprendem a aceitar a própria fragilidade e a dos outros (cf. ibid., 67), promovendo a fraternidade e a amizade social. A comunidade eclesial mostra sua beleza sempre que se lembra, com gratidão, de que o Senhor nos amou primeiro (cf. 1 Jo 4, 19). Essa “predilecção amorosa do Senhor nos surpreende, e o assombro – por sua própria natureza – não se possui nem se impõe (…) Só assim pode florescer o milagre da gratuidade, do dom gratuito de si mesmo. O próprio ardor missionário nunca pode ser obtido como resultado de um raciocínio ou cálculo. Colocarse “em estado de missão” é um reflexo de gratidão” (Francisco, Mensagem às Pontifícias Obras Missionárias, 21 de Maio de 2020). Todavia, os tempos não foram fáceis e os primeiros cristãos começaram suas vidas de fé num ambiente hostil e árduo. Histórias de marginalização e prisão, intercaladas a resistências internas e externas, pareciam contradizer e até negar o que tinham visto e ouvido. No entanto, longe de ser uma dificuldade ou obstáculo que poderia retraí-los ou fazê-los se fechar em si mesmos, levou-os a transformar cada incómodo, contrariedade e dificuldade em oportunidade para a missão. Os próprios limites e impedimentos vieram a ser lugar privilegiado para ungir, tudo e todos, com o Espírito do Senhor. Nada nem ninguém ficaria alheio ao anúncio libertador. Temos o testemunho vivo de tudo isso nos Actos dos Apóstolos, livro que os discípulos missionários têm sempre ao alcance. Nele, lemos como a fragrância do Evangelho se espalhou, suscitando aquela alegria que só o Espírito pode nos dar. O livro dos Actos dos Apóstolos nos ensina a viver as provações unidos a Cristo, a amadurecer nossa “convicção de que Deus pode actuar em qualquer circunstância, mesmo no meio de aparentes fracassos”, na certeza de que “a pessoa que se oferece e entrega a Deus por amor seguramente será fecunda (cf. Jo 15, 5)” (Francisco, Exort. ap. Evangelii Gaudium, 279). Isso também se aplica a nós: o actual momento de nossa história não tem sido fácil. A situação da pandemia evidenciou e ampliou o sofrimento, a solidão, a pobreza e as injustiças de que tantos já padeciam. Desmascarou nossa falsa sensação de segurança e revelou fragmentações e polarizações que nos dilaceram silenciosamente. Os mais frágeis e vulneráveis sentiram ainda mais a própria vulnerabilidade e fragilidade. Temos experimentado o desânimo, a decepção, o cansaço e, até mesmo a amargura conformista, que tira a esperança, tem se apoderado do nosso olhar. Nós, no entanto, “não anunciamos a nós mesmos, mas a Jesus como Cristo e Senhor: quanto a nós, somos seus servos por amor a Sua causa” (2 Cor 4, 5). Por essa razão ouvimos ressoar, em nossas comunidades e famílias, a Palavra de vida que ecoa em nossos corações e diz: “Não está aqui, ressuscitou” (Lc 24, 6). Essa mensagem de esperança rompe com todo o determinismo e, para quem se deixa tocar por ela, propicia a liberdade e a audácia necessárias para se levantar e procurar, criativamente, todas as formas possíveis de viver a compaixão, “sacramento” da proximidade de Deus connosco que não abandona ninguém à beira do caminho. Neste tempo de pandemia, perante a tentação de mascarar e justificar a indiferença e a apatia em nome de um distanciamento social saudável, a missão de compaixão é urgentemente necessária por sua capacidade de fazer desse distanciamento recomendável uma oportunidade de encontro, cuidado e promoção. “O que vimos e ouvimos” (Act 4, 20), a misericórdia que experimentamos, pode se tornar um ponto de referência e fonte de credibilidade, permitindo recuperar a paixão partilhada e criar “uma comunidade de pertença e solidariedade, à qual possamos dedicar nosso tempo, esforço e bens” (Francisco, Carta enc. Fratelli tutti, 36). A Palavra de Deus nos redime diariamente e salva das desculpas que nos levam ao mais vil dos cepticismos: “É tudo igual, nada vai mudar”. E diante da pergunta: “Que adianta me privar das minhas garantias, comodidades e prazeres se não vejo nenhum resultado importante?” A resposta sempre é esta: “Jesus Cristo triunfou sobre o pecado e a morte e possui todo o poder. Jesus Cristo está verdadeiramente vivo” (Francisco, Exort. ap. Evangelii Gaudium, 275) e quer que estejamos vivos, fraternos e capazes de acolher e compartilhar essa esperança. No contexto actual, há urgente necessidade de missionários de esperança que, ungidos pelo Senhor, sejam capazes de lembrar profeticamente que ninguém é salvo por si mesmo. Como os apóstolos e os primeiros cristãos, nós também exclamamos com todas as forças: “Não podemos deixar de falar sobre o que temos visto e ouvido” (Act 4, 20). Tudo o que recebemos, tudo o que o Senhor nos deu, é dado para compartilhar livremente com os outros. Assim como os apóstolos viram, ouviram e tocaram o poder salvífico de Jesus (cf. 1 Jo 1, 1-4), também nós podemos tocar a carne sofredora e gloriosa de Cristo na história de cada dia e encontrar coragem de compartilhar, com todos, um destino de esperança, lembrança assegurada por sabermos que o Senhor sempre nos acompanha. Nós cristãos não podemos guardar o Senhor para nós mesmos: a missão evangelizadora da Igreja encontra realização na transformação do mundo e no cuidado da criação.

Um convite a cada um de nós

O tema do Dia Mundial das Missões deste ano: “Não podemos deixar de falar sobre o que vimos e ouvimos” (Act 4, 20) – é um convite a cada um de nós para “assumir o controle” e tornar conhecido o que temos em nosso coração. Essa missão é e sempre foi a identidade da Igreja: “Ela existe para evangelizar” (São Paulo VI, Exort. ap. Evangelii nuntiandi, 14). Nossa vida de fé enfraquece, perde a profecia, o encantamento e a gratidão caso fi quemos isolados em nós mesmos, fechados em si e em pequenos grupos. Por sua própria natureza, a vida de fé exige crescente abertura, capaz de alcançar e abraçar a todos. Os primeiros cristãos, longe de ceder à tentação de se fecharem a um grupo de elite, sentiram-se inspirados pelo Senhor e Sua oferta de vida nova e saíram, no meio ao povo, para dar testemunho sobre o que tinham visto e ouvido: O Reino de Deus está próximo. Agiram com generosidade, gratidão e nobreza próprias daqueles que semeiam e sabem que outros comerão o fruto de sua dedicação e sacrifício. Por isso, gosto de pensar que “mesmo os mais frágeis, limitados e feridos podem ser missionários à sua maneira, porque sempre devemos permitir que o bem seja comunicado, embora coexista com muitas fragilidades” (Francisco, Exort. ap. pós-sinodal Christus vivit, 239). No Dia Mundial das Missões, celebrado anualmente no penúltimo domingo de Outubro, recordamos com gratidão todas as pessoas que, com o seu testemunho de vida, ajudam-nos a renovar o nosso compromisso baptismal de sermos apóstolos generosos e jubilosos do Evangelho. Lembramos especialmente aqueles que foram capazes de partir, deixar terra e família para que o Evangelho alcance, sem demora e sem medo, lugares e povos onde tantas vidas estejam carentes de bênçãos.

Contemplar o seu testemunho missionário nos anima a ser corajosos e persistentes e a orar insistentemente “ao senhor da messe que mande operários para a sua messe” (Lc 10, 2), porque somos cientes que a vocação para a missão não é algo do passado nem uma recordação romântica de outrora. Hoje, Jesus precisa de corações capazes de viver a vocação como uma verdadeira história de amor, impulsionados a sair para as periferias do mundo como mensageiros e instrumentos de compaixão. E essa chamada é feita para todos nós, de diferentes formas. Lembremos que existem periferias muito próximas a nós, seja no meio da cidade ou entre nossa própria família. Há também o aspecto à abertura universal do amor que não é somente geográfico, mas existencial. Especialmente nestes tempos de pandemia, é importante aumentar a capacidade diária de alargar os nossos círculos, chegar àqueles que, espontaneamente, não se sentiriam parte do “meu mundo de interesses”, embora perto de nós (cf. Francisco, Carta enc. Fratelli tutti, 97). Viver a missão é aventurar-se no cultivo dos mesmos sentimentos de Cristo Jesus e, com Ele, acreditar que a pessoa ao meu lado é também meu irmão, minha irmã. Que o Seu amor compassivo desperte os nossos corações e torne, a todos nós, discípulos missionários.

Maria, a primeira discípula missionária, faça crescer em todos os baptizados o desejo de ser sal e luz na nossa terra (cf. Mt 5, 13-14).

 

Roma, em São João de Latrão,

na Solenidade da Epifania do Senhor, 6 de Janeiro de 2021.

 

O Amboim

 

 

Caixa de texto:   O AMBOIM

     BOLETIM PAROQUIAL DA GABELA

     Série IV – Ano I – N.º 3 – Outubro - Dezembro de 2021

 

 

Dia Mundial das Missões

O Dia Mundial das Missões comemora-se no penúltimo domingo de Outubro, no mês das missões.

Com este dia de oração e de evangelização dos povos deseja-se incentivar a cooperação missionária pelo mundo e agradecer o contributo dos missionários na construção de um mundo melhor.

O Dia Mundial das Missões, data criada em 1926 pelo Papa Pio XI, é celebrado anualmente em todos os países onde há católicos comprometidos com a construção de um mundo mais justo, digno e gratificante, onde todos têm aquilo que precisam para viver.

É o dia do ano em que se reflecte sobre a urgência e o dever de ajudar o próximo. A cooperação missionária pode ser realizada pela oração, sacrifício e testemunho de vida, por meio da ajuda material aos projectos missionários, ou colocando-se à disposição para servir em missões.

O tema - “O tema escolhido pelo Papa Francisco para este ano é extraído dos Actos dos Apóstolos: "Não podemos deixar de afirmar o que vimos e ouvimos" (Act 4,20). O Santo Padre escreve: "Como os Apóstolos e os primeiros cristãos, também nós exclamamos com todas as nossas forças: 'Não podemos deixar de afirmar o que vimos e ouvimos' (Actos 4, 20). Tudo o que recebemos, tudo aquilo que o Senhor nos tem concedido, ofereceu-nos para o pormos a render doando-o gratuitamente aos outros. Como os Apóstolos viram, ouviram e tocaram a salvação de Jesus (cf. 1 Jo 1,1-4), também nós, hoje, podemos tocar a carne sofredora e gloriosa de Cristo na história de cada dia e encontrar a coragem para partilhar com todos um destino de esperança, esse traço indubitável que provém de saber que estamos acompanhados pelo Senhor”.

Testemunho - Ainda, segundo o comunicado, “testemunho é a motivação da mensagem, cujo tema é retirado do que o Papa Francisco chama de "o livro que os discípulos missionários têm sempre à mão". "Celebrar o Mês da Missão e o Dia Mundial das Missões a cada ano significa lembrar que a nossa fé é sempre missionária". Não podemos ficar em silêncio sobre o que ouvimos, vimos e vivemos no nosso encontro com o Senhor, “o evangelizado, evangeliza” (lema da Diocese de Sumbe). O testemunho anda de mãos dadas com a memória porque no Dia Mundial das Missões, que é celebrado todos os anos no penúltimo domingo de Outubro, o Papa afirma: '”Recordamos com gratidão todas as pessoas, cujo testemunho de vida nos ajuda a renovar o nosso compromisso baptismal de ser apóstolos generosos e jubilosos do Evangelho. Lembramos especialmente aqueles que foram capazes de partir, deixar terra e família para que o Evangelho pudesse atingir sem demora e sem medo aqueles ângulos de aldeias e cidades onde tantas vidas estão sedentas de bênção'”.

Ninguém é excluído da misericórdia de Deus.

KD

 

TESTEMUNHO MISSIONÁRIO

50 ANOS EM MISSÃO

Há 50 anos fui ordenado sacedote. Os superiores da Sociedade Missionária indicaram-me Angola como o meu primeiro campo de Missão. Estava a começar a nossa presença neste país. Nada conhecia do povo, história e cultura local. Por isso, cheguei aqui sem projetos e esqemas de ação. Somente me movia a vontade de conhecer este povo e a sua cultura e de, em comunhão com a equipa que me acolheu, colaborar na elaboração dum plano pastoral que viesse a ser definido.

Tínhamos tomado conta da Missão do Dumbi a 25 de Março desse ano. Todos vínhamos de fora. Portanto, todos aprendizes da Missão em Angola.  P. Manuel Fernandes, o supeior local e também Regional de Angola, veterno das Missões em Moçambique, e com a experiência acumulada de Superior Geral da Sociedade Missionária, acolheu-me como um verdadeiro pai. P. Fernando Eiras tinha chegado em Janeiro desse ano, vindo da área da formação nos seminários em Portugal. Foi para mim um verdadeiro irmão. Esta foi para mim a equipa de referência para toda a minha vida missionária ao longo destes 50 anos. E a Missão do Dumbi a Missão do meu primeiro amor. Como éramos todos recém chegados, estávamos todos em atitude de escuta e aprendizagem.

Passados alguns meses os catequistas gerais da Missão do Dumbi, com quem nos reuníamos tdos os meses para estudo e programação pastoral, apercebeu-se do nosso desconhecimento, mas da vontade grande de aprender  e, por isso, ajudou-nos a dar os nossos primeiros passos em ordem a uma pastoral mais inculturada e próxima do povo.

Percebemos imediatamente que era necessário apostar na formação dos líderes das comunidades e a todos os níveis. A essa tarefa nos dedicámos de alma e coração. Foi talvez a melhor opção pastoral cujos frutos mais tarde se tornaram visíveis.

Ao fim de um ano no Dumbi, com o novo reforço chegado de Portugal, a quipa missionária foi refeita. Ficaram no Dumbi os Padres Manuel Fernandes, Augusto Farias e Aníbal Morgado, acabado de chegar. Foi assumida a Paróquia do Seles para onde foram enviados os Padres Fernando Eiras e Laurindo Neto, também recém chegado. Neste trabalho de formação assumido pelas duas equipas  muito colaboraram as Irmãs Reparadoras do Sagrado Coração de Jesus no Dumbi, e as Irmãs do Amor de Deus no Seles com quem criámos laços de muita amizade e colaboração.

Esta colaboração com as Irmãs e a interação com os catequistas gerais e locais ficou como nota distintiva da nossa ação pastoral por estas terras do Kuanza Sul. Isso foi notado por D. Zacarias Kamuenho aquando da sua primeira visita pastroral como bispo auxiliar de Luanda, quinze dias após a sua sagração episcopal à Missão do Dumbi, de 9 a 14 de Dezembro de 1974. Foi no encontro de avaliação da visita pastoral na tarde do dia 14 de Dezembro, só com os padres e as irmãs, que D. Zacarias nos revelou pela primeira vez, que estavam reunidas todas as condições para iniciarmos o grande projeto do Ondjango já estudado por alguns missionários no Huambo, mas que ficou inconclusivo.

A ideia inicial e os elementos basilares do Ondjango devem-se a D. Zacarias. A sua estruturação, divulgação e experiència nas comunidades foi tarefa a nós confiada. Foi este o projeto pastoral mais audacioso e envolvente da minha vida missionária. Só por isso já valeu a pena ter sido missionário em Angola.

Infelizmente tive de dedicar muito tempo e energias à construção de estruturas materiais mínimas para a atividade pastoral pelos vários locais por onde passei. Mas esta não foi a atividade mais significativa da minha vida. Sempre me preocupei por colocar novidade e criar inovação em todos os projetos pastorais que tive de orientar, nunca me limitando à repetição de ritos e tradições.  Nem sempre consegui o que desejava, mas era movido por este desejo grande de inculturação da fé na cultura do povo que me acolheu.

Passei por quase todas as Paróquias/Missões do Kuanza Sul, pelo menos em cursos de formação a líderes comunitários. Por isso, estou muito vinculado à Diocese do Sumbe que, na celebração deste jubileu de 50 anos de Missão, me acolheu com imensa alegria, e a quem agradeço toda a amizade e carinho dispensados. Foi uma festa comum, porque todos nos unimos no comum louvor ao Senhor por tudo quanto de bom Ele operou através de nós, apesar das nossas limitações e fragilidades. Que Ele para sempre seja louvado

P. Augusto Farias, Missionário da Boa Nova

 



Caixa de texto:
 

 


SÍNODO - A voz do povo

Um sínodo para tratar a sinodalidade não deve ser entendido como mera metalinguagem. O Sumo Pontífice mostra mais uma vez, e de modo contundente, que acredita numa Igreja que ouça os anseios dos cristãos. De todo o mundo.

Este futuro encontro dos bispos, portanto, não irá se restringir às conferências encabeçadas por religiosos dentro dos muros do Vaticano. O que começa agora é um processo de sinodalidade que pretende estar aberto a ouvir todos os católicos que queiram se expressar nos próximos dois anos. Isso significa 1,3 bilhão de pessoas, metade de todos os habitantes da Terra, que se declaram cristãos.

Radical? "É o mais amplo sínodo, a maior experiência de sinodalidade que já foi feita na Igreja" de todos os tempos. "A proposta é ampla, pretende que todos os fiéis baptizados tenham a chance de, em alguma parte do processo, serem consultados. Isso nunca existiu na história da Igreja: uma tentativa de consultar todos os católicos do mundo."

"É claro que ninguém vai bater de porta em porta para falar com todos. Mas reuniões e assembleias devem ocorrer em paróquias e em grupos, questionários devem ser aplicados. A ideia é que todos se sintam tocados a participar".

"É a tentativa mais ampla de enraizar a sinodalidade não mais como um processo e uma forma de fazer as coisas, mas como uma mentalidade da Igreja."

O que é - A palavra sínodo vem da junção de dois termos gregos, synodos (reunião ou conselho) e hodós (caminho). Sinodalidade, portanto, é uma maneira de acreditar que o caminho depende do entendimento conjunto. Que as decisões não devem ser impostas por uma autoridade, mas precisam brotar das bases.

Desde que assumiu o comando da Igreja e se tornou papa Francisco, em 2013, o argentino Jorge Bergoglio tem demonstrado que é assim que acredita um futuro possível. De certa forma, recupera o modus operandi das primeiras comunidades cristãs, antes de a instituição se tornar poderosa e influente. Naqueles primórdios, toda e qualquer decisão era colegiada.

Nesse percurso, Francisco também aprofunda uma ideia trazida no Concílio Vaticano II. Como resposta aos anseios expressos pelos padres conciliares, o então papa Paulo VI (1897-1978) criou em 1965 o Sínodo dos Bispos, esse encontro periódico a reunir representantes episcopais de todo o mundo para tratar de temas específicos.

De lá para cá, já foram 29 encontros, entre ordinários, extraordinários e regionais. Ao abrir o próximo, cuja reunião final será em 2023, em evento na Sala Nova do Sínodo, no Vaticano, no sábado (9 de Outubro) e, oficialmente, em missa na Basílica de São Pedro no domingo (10 de Outubro), Francisco radicalizou algo que vinha buscando desde o primeiro dos cinco sínodos já convocados por ele: a participação das comunidades.

"Nesta nova assembleia do sínodo, o mais importante não serão as conclusões, mas o processo de escuta e de participação eclesial que ela deflagra".

"Além disso, tem uma grande possibilidade de Francisco encerrar seu pontificado, por aposentadoria ou morte, antes do sínodo terminar. Assim, o processo sinodal se torna um meio para garantir a continuidade do processo de mudanças iniciado por Bergoglio, independentemente de quem seja o novo papa".

"O ponto crucial é a ampla consulta à comunidade católica, que começará em nível local, nas dioceses e paróquias, para culminar na assembleia dos bispos". "Essas consultas se tornaram características de um 'modo Francisco' de governar a Igreja, ainda que processos semelhantes possam ser encontrados em várias experiências anteriores."

Este sínodo deve imprimir a sinodalidade como o jeito de organizar as decisões. "A ideia é de que antes de cada grande decisão, antes de dar os rumos da Igreja, as pessoas sejam consultadas. E que os bispos também façam isso, e que isso seja feito dentro das paróquias, que a gente parta do princípio de que o normal é ouvir as pessoas".

"No fim, a Igreja mantém sua estrutura hierárquica e tudo o mais. Sempre uma autoridade vai tomar a decisão. Mas ela [a decisão] é iluminada por essas experiências da base e de todos os que são consultados. Para quem acredita, o Espírito Santo fala também pelo povo, não flui só entre as autoridades da Igreja, mas sim nas pequenas comunidades, nas famílias e em todos aqueles que acabam sendo consultados no processo sinodal".

 KD

O Tempo do Advento

O que é? - O Advento é o tempo litúrgico que decorre desde o início do novo ano litúrgico até ao Natal – mais precisamente, começa nas vésperas do Domingo mais próximo do dia 30 de Novembro (festa de Santo André Apóstolo) e vai até às vésperas do Natal, no dia 24 de Dezembro.

A palavra advento, na sua origem, significa acontecimento, chegada solene ou vinda. No Cristianismo, o Advento prepara espiritualmente o Natal. O Advento é um tempo de esperança, “marcado pela recordação do nascimento de Jesus e pela expectativa da Sua vinda gloriosa no fim dos tempos”.

Imprimindo fortemente o sentimento de espera, a liturgia suprime durante o Advento uma série de elementos festivos. Desta forma, na Missa, não é rezado o Glória, as vestes são de cor roxa, as decorações das igrejas são mais sóbrias, menos festivas, entre outras. Tudo isso é uma maneira de expressar, de forma tangível, que, durante a nossa caminhada, falta algo para que ela esteja completa – algo por que nós esperamos.

A origem e história do Advento - Não se sabe com exactidão quando é que o período de preparação para o Natal que agora se chama Advento começou – mesmo sabendo-se que já existia no ano de 480, os estudiosos concordam que é impossível afirmar com confiança uma explicação credível para a origem deste tempo.

De acordo com São Gregório de Tours, a celebração do Advento começou no século V quando São Perpétuo, na altura bispo de Tours, ordenou que, começando no Dia de São Martinho (11 de Novembro) e até ao Natal, os cristãos deveriam jejuar três vezes por semana.

Essa prática espalhou-se por toda a França no final do século VI, sendo que alguns cristãos excediam os três dias e jejuavam todos os dias do Advento. As homilias do Papa Gregório I, também no final do século VI, mencionam apenas quatro semanas de Advento, mas sem jejum. No entanto, escritos do tempo de Carlos Magno – imperador do Sacro Império Romano no século IX – afirmam que a prática do jejum no Advento era bastante alargada. Somente no final do século VII, em Roma, é acrescentado o aspecto escatológico do Advento, recordando a segunda vinda do Senhor e passando a ser celebrado durante 5 domingos.

Com o Papa Urbano V, em 1362, a corte papal era forçada à abstinência, mas não ao jejum. A liturgia do Advento foi-se mantendo inalterada até ao Concílio Vaticano II, em 1963, introduzir alterações menores, principalmente com a intenção de diferenciar o espírito do Advento do espírito da Quaresma, dando ênfase ao Advento como uma época de esperança para a vinda de Cristo.

O que se celebra?  - No Advento, a Igreja celebra não só apreparação para a celebração do nascimento do Filho de Deus em Belém como a presença de Cristo no meio de nós – sobretudo através dos sacramentos mas também através da Palavra, entre outras coisas –, e projecta os cristãos para “a vinda gloriosa de Cristo no fim dos tempos”.

Assim, podemos falar em duas partes do Advento. Numa primeira parte, do primeiro Domingo ao dia 16 de Dezembro, o Advento tem um carácter escatológico, focando-se na vinda do Senhor no fim dos tempos; na segunda, os dias estão focados mais explicitamente na preparação para o nascimento de Jesus – a primeira vinda de Cristo.

Neste período, as leituras da Missa convidam a viver a esperança na vinda do Senhor em todos os seus aspectos: a Sua vinda no fim dos tempos, a Sua vinda agora, a cada dia, e a Sua vinda há dois mil anos.

A segunda parte, de 17 a 24 de Dezembro, inclusive, está mais directamente orientada à preparação do Natal. Somos convidados a viver com mais alegria, porque estamos próximos do cumprimento do que Deus prometera: os evangelhos destes dias preparam-nos directamente para a celebração do nascimento de Jesus – a primeira vinda de Cristo.

Os Domingos - No rito romano da Igreja Católica, os Domingos do Advento têm temas distintos. O primeiro Domingo sublinha a última vinda do Senhor e marca a espera pela segunda vinda de Jesus. No segundo Domingo, João Baptista manda preparar os caminhos do Senhor. O terceiro Domingo – Domingo da Alegria – manifesta Cristo “já presente”. No quarto Domingo é colocada em relevo a figura de Maria, assim como os eventos que levaram ao nascimento de Jesus.

E a coroa de Advento? - Existem vários símbolos do Advento que nos ajudam a mergulhar no mistério da encarnação e a viver melhor este tempo, mas talvez nenhum deles seja mais reconhecível do que a coroa de Advento, com origem numa tradição pagã europeia. No Inverno, acendiam-se algumas velas que representavam ao “fogo do deus sol”, na esperança de que a sua luz e o seu calor voltassem. Os primeiros missionários aproveitaram esta tradição para evangelizar as pessoas, partindo dos seus próprios costumes para ensinar a fé. Assim, a coroa está formada por uma grande quantidade de símbolos: A forma circular: O círculo não tem princípio nem fim, sinalizando assim o amor de Deus que é eterno, sem princípio e sem fim, e também o nosso amor a Deus e ao próximo que nunca deve terminar. Além disso, o círculo dá uma ideia de “elo”, de união entre Deus e as pessoas, como uma grande “aliança”.

As ramas verdes: O verde é a cor da esperança e da vida. Simbolizam a vontade de Deus de Quem esperamos a sua graça, o seu perdão misericordioso e a glória da vida eterna no final da nossa vida. Usam-se ramos de pinheiros porque estes permanecem verdes apesar do Inverno, assim como os cristãos devem manter a fé e a esperança apesar das tribulações da vida.

As quatro velas: As quatro velas da coroa simbolizam, cada uma delas, uma das quatro semanas do Advento. No início, vemos uma coroa sem luz e sem brilho, recordando a experiência de escuridão do pecado. À medida que se vai aproximando o Natal vamos, ao passo dos Domingos do Advento, acendendo uma a uma as quatro velas, representando assim a chegada de Jesus, luz do mundo, que dissipa toda a escuridão, trazendo aos nossos corações a tão esperada reconciliação.

 

                                                                                                         KD

Notícias, Artigos, Vídeos, Comentários, Coberturas e Opiniões sobre a Igreja Católica no Brasil e no Mundo

 

1 - “Deus tinha-me dado um coração recto e fácil de in-amar-se pelas necessidades dos outros” (Pauline Jaricot)

As OMP (Obras Missionárias Pontifícias) são uma rede mundial de oração e solidariedade a serviço do Papa. Sua fundação tem origem no fervor missionário expresso por Pauline Jaricot que, na França, em 1822, instituiu a Obra da Propagação da Fé. Ela descobriu uma forma concreta para envolver os fiéis na missão universal da Igreja, através da oração e da arrecadação de fundos.

A iniciativa começou com um pequeno círculo de operárias que rezavam pela missão ad gentes e faziam uma pequena doação para sustentar os missionários franceses que estavam na China.

Hoje essa rede de oração e solidariedade se espalhou por todo o mundo, sendo fonte inspiradora para as obras pontifícias. As doações dos cristãos compõem o Fundo Mundial de Solidariedade, que existe para financiar diversos projectos ordinários e extraordinários aprovados durante a Assembleia Geral em Roma, formada por directores das OMP de diversos países.

2 - No fim de semana (9-10 de Outubro), o Papa Francisco abriu o que pretende ser o maior movimento de consulta democrática da história da Igreja Católica, uma religião que, ao longo dos séculos, se tornou símbolo de hierarquia rígida, conservadorismo e pouca transparência — e, de quebra, comanda um Estado, o Vaticano, de forma teocrática.

Nos próximos dois anos, Francisco quer que a imensa maioria dos católicos — idealmente, todos os 1,3 bilhão que se declaram assim — sejam ouvidos sobre o futuro da Igreja.

3 - Angola - D. Luzizila Kiala, novo Arcebispo de Malanje ­ O Papa Francisco nomeou, a 29 de Setembro de 2021, D. Luzizila Kiala como novo arcebispo de Malanje. A Conferência Episcopal de Angola e São Tomé e Príncipe (CEAST), congratula-se com a escolha do Santo Padre.

“Procurei fazer o possível na Diocese do Sumbe, agora por orientação do Papa Francisco vou para Malanje cumprir uma nova missão”, disse D. Luzizila kiala em reacção à sua nomeação.

D. Luzízila esteve à frente da Diocese do Sumbe por oito anos, foi nomeado Bispo desta Diocese a 21 de Maio de 2013, substitui na altura, D. Benedito Roberto.

4 - Malanje - O Vaticano nomeou Dom Luzizila Kiala, de 58 anos de idade e natural da Damba, província do Uíge, para arcebispo de Malanje confirmu o administrador da Arquidiocese, Padre Adão António (Kawenda).

Kiala ocupa o cargo deixado vago pela morte de Dom Benedito Roberto, aos 74 anos de idade, em Novembro de 2020.

5 - Papa faz apelo por 'leis urgentes e sábias' em favor do clima - O papa Francisco fez um apelo no sábado (9 de Outubro) para a criação de "leis urgentes, sábias e justas" em favor do meio ambiente, ao receber os participantes da reunião preparatória para a Cúpula do Clima de Glasgow (COP26) que aconteceu em Roma.

"Espero que o vosso trabalho exigente, tendo em vista a COP26, e mesmo depois dela, seja iluminado por dois 'faróis' importantes: o farol da responsabilidade e o farol da solidariedade", alertou o Pontífice aos diversos líderes religiosos, parlamentares e cientistas.

6 - Papa Francisco fez um discurso contra armas: ‘mais vacinas e menos fuzis’ - Em cerimónia, o líder da igreja católica criticou o investimento dos governos mundiais em armamentos e guerras - Na quinta-feira, 7 de Outubro, o papa Francisco participou de um encontro inter-religioso no Coliseu, em Roma, na Itália. No evento que busca pela paz da Comunidade Sant'Egidio, o líder católico realizou um discurso incisivo contra armas.

Na ocasião, o santo padre pediu para que todos os participantes da cerimónia ajudassem a “extirpar dos corações o ódio e condenar todas as formas de violência”.

7 - África do Sul – Eleições -  Arcebispo Phalana: encorajou as pessoas a votar - No próximo dia 1 de Novembro o povo sul-africano será chamado às urnas para as eleições municipais. Já por ocasião das eleições anteriores, em 2019, informa o site da Conferência Episcopal da África do Sul, os Bispos haviam feito um apelo a cada cidadão, recordando a “grave responsabilidade de criar um ambiente de tolerância e aceitação que permita a cada sul-africano de apoiar e votar no partido que escolher, sem medo de violência e intimidações”.

8 - Cidade do Vaticano - Por ocasião da rodada eleitoral, e para avaliar a prontidão da Comissão Eleitoral Independente, o Departamento de Justiça e Paz dos Bispos da África do Sul convidou o Chefe Eleitoral Sy Mamabolo, que também é diácono permanente na Arquidiocese Católica de Joanesburgo, para um encontro que também tocou o tema do papel da Igreja como observadora na actual situação pandémica.

No seu discurso de abertura, Dom Victor Phalana, presidente da Comissão de Justiça e Paz, observou que a Comissão Eleitoral está sob um estrito controle e acrescentou que, enquanto os sul-africanos procuram reconhecê-la e respeitá-la, o dever da Comissão é corrigir os seus próprios erros o mais rápido possível e restaurar a confiança na nação.

O prelado afirmou que, como Justiça e Paz, vão encorajar as pessoas a votar, mas que poderiam não ter respostas às perguntas das pessoas sobre algumas situações relacionadas com as eleições: daí a importância de a Comissão Eleitoral esclarecer as questões pendentes.

9 - Costa do Marfim. 9-10  de  Outubro “Noite do Rosário” no Santuário Mariano de Abidjan - Vigília e oração: são os elementos que caracterizaram a “Noite do Rosário”, marcada para os dias 9 e 10 de Outubro, no Santuário Mariano de Abidjan, na Costa do Marfim, evento organizado pelo movimento “Equipas do Rosário”.

 

KD

 

NOTÍCIAS DA NOSSA PARÓQUIA

1 – Realizaram-se, em tempo previsto, as jornadas juvenis da Diocese em nossa Paróquia. O balanço foi positivo.

2 – Esteve entre nós o Pe. Augusto farias celebrando os seus 50 anos de Missão – passou pelas paróquias de Porto Amboim, Seles, Gabela e Missão do Dumbi entre outras localidades.

3 – Partiram da nossa Paróquia o Pe. José Pedro Carlos, a Ir. Hermelinda e o seminarista Martinho Huambo Patele e Chegaram para a nossa Paróquia o Diácono Luciano (SMBN) e a Ir. Luzia (FVM)

 

KD

AO RITMO DA LITURGIA

 

24 de Outubro – XXX Domingo Comum – Cristo Rei do Universo

L1 - Jer 31,7-9  - Vou trazer de novo o cego e o coxo entre lágrimas e preces - Da celebração fazem parte todos os que têm fé. Porém Deus privilegia os cegos, aleijados e indefesos como seus filhos primogénitos, organizando-os, reunindo-os e reconduzindo-os à vida.

L2 - Hebr 5,1-6 – Tu és sacerdote para sempre segundo a ordem de Melquisedec - A comunidade cristã se reúne para celebrar a vida e a fé em Cristo, único mediador entre Deus e as pessoas humanas. Celebrar a Eucaristia é fazer memória do sacerdócio de Cristo que, mediante o sofrimento e a morte, trouxe o perdão e a salvação para todos. Ev. - Mac 10,46-52 - Mestre, que eu veja - Celebrar a Eucaristia, pois, é professar a própria fé, abrir os olhos, romper com a sociedade que marginaliza, para seguir Jesus, formando com ele uma só realidade, construindo com ele a sociedade justa e fraterna.

31 de Outubro - XXXI Domingo do Tempo Comum

L1: Dt 6,2-6 – Amarás o Senhor com todo o teu coração - O amor está no centro da experiência cristã. O caminho da fé que, dia a dia, somos convidados a percorrer, resume-se no amor Deus e no amor aos irmãos - duas vertentes que não se excluem, antes se complementam mutuamente. A primeira leitura apresenta-nos o início do "Shema' Israel" - a solene proclamação de fé que todo o israelita devia fazer diariamente. É uma afirmação da unicidade de Deus e um convite a amar a Deus com todo o coração, com toda a alma e com todas as forças.

L2: Heb 7,23-28 – Porque permanece para sempre, possui um sacerdócio eterno - A segunda leitura apresenta-nos Jesus Cristo como o sumo-sacerdote que veio ao mundo para cumprir o projecto salvador do Pai e para oferecer a sua vida em doação de amor aos homens. Cristo, com a sua obediência ao Pai e com a sua entrega em favor dos homens, diz-nos qual a melhor forma de expressarmos o nosso amor a Deus.

Ev.Mc 12,28-34 – Amarás o Senhor teu Deus. Amarás o teu próximo - diz-nos, de forma clara e inquestionável, que toda a experiência de fé do discípulo de Jesus se resume no amor - amor a Deus e amor aos irmãos. Os dois mandamentos não podem separar-se: "amar a Deus" é cumprir a sua vontade e estabelecer com os irmãos relações de amor, de solidariedade, de partilha, de serviço, até ao dom total da vida. Tudo o resto é explicação, desenvolvimento, aplicação à vida prática dessas duas coordenadas fundamentais da vida cristã.

2 De Novembro – Fiéis defuntos - "Nele (Jesus) brilhou para nós a esperança da feliz ressurreição. E, aos que a certeza da morte entristece, a promessa da imortalidade consola!".

No dia em que celebramos os mortos, tudo fala de vida, de modo que podemos afirmar, com toda a certeza e alegria, que morrer é viver. A razão disso tudo é a pessoa de Jesus Cristo, morto e ressuscitado, primeiro fruto de entre os que ressuscitam dos mortos, nosso irmão mais velho e vencedor da morte.

L1: - Sb 3,1-9 – O Justo é imortal - De algum modo, a ressurreição de Jesus foi sendo preparada na fé e na esperança do povo, no meio do qual está o autor do livro da Sabedoria. Ele afirma que a luta do justo pela justiça é cheia de imortalidade (I leitura).

L2: - Rm 8,14-23 – No Espírito Rumo ao mundo novo - Paulo, na II leitura, rompe o circuito fechado do fatalismo, apontando para o horizonte luminoso para onde caminha toda a humanidade.

Ev: - Jo 11,32-45 – O amor que vence a morte - Jesus, aquele para quem a morte não interrompe o amor, por amar sem limites e sem barreiras toda a humanidade representada por Lázaro, ressuscita: “Lázaro, saia para fora!” E nos convida a entrarmos nessa ciranda da vida que vence a morte, desamarrando todos os que estão impedidos de viver.

7 de Novembro - XXXII Domingo do Tempo Comum - O verdadeiro culto, que devemos prestar a Deus. A Deus não interessam grandes manifestações religiosas ou ritos externos mais ou menos sumptuosos, mas uma atitude permanente de entrega nas suas mãos, de disponibilidade para os seus projectos, de acolhimento generoso dos seus desafios, de generosidade para doarmos a nossa vida em benefício dos nossos irmãos.

L1: 1 Re 17,10-16 – Do seu pouco de farinha, a viúva fez pãozinho - A primeira leitura apresenta-nos o exemplo de uma mulher pobre de Sarepta, que, apesar da sua pobreza e necessidade, está disponível para acolher os apelos, os desafios e os dons de Deus. A história dessa viúva que reparte com o profeta os poucos alimentos que tem, garante-nos que a generosidade, a partilha e a solidariedade não empobrecem, mas são geradoras de vida e de vida em abundância.

L2: Heb 9,24-28 – Cristo ofereceu-se uma só ve para tomar sobre si os pecados de muitos - A segunda leitura oferece-nos o exemplo de Cristo, o sumo-sacerdote que entregou a sua vida em favor dos homens. Ele mostrou-nos, com o seu sacrifício, qual é o dom perfeito que Deus quer e que espera de cada um dos seus filhos. Mais do que dinheiro ou outros bens materiais, Deus espera de nós o dom da nossa vida, ao serviço desse projecto de salvação que Ele tem para os homens e para o mundo.

Ev: Mc 12,38-44 – Esta pobre viúva deu mais do que todos os outros - Através do exemplo de outra mulher pobre, de outra viúva, o Evangelho mostra qual é o verdadeiro culto que Deus quer dos seus filhos: que eles sejam capazes de Lhe oferecer tudo, numa completa doação, numa pobreza humilde e generosa (que é sempre fecunda), num despojamento de si que brota de um amor sem limites e sem condições. Só os pobres, isto é, aqueles que não têm o coração cheio de si próprios, são capazes de oferecer a Deus o culto verdadeiro que Ele espera.

14 de Novembro - XXXIII Domingo do Tempo Comum – a Liturgia apresenta-nos, fundamentalmente, um convite à esperança. Convida-nos a confiar nesse Deus libertador, Senhor da história, que tem um projecto de vida definitiva para os homens. Ele vai mudar a noite do mundo numa aurora de vida sem fim.

L1: Dan 12,1-3 – Nesse tempo virá a salvação para o teu povo - A primeira leitura anuncia aos crentes perseguidos e desanimados a chegada iminente do tempo da intervenção libertadora de Deus para salvar o Povo fiel. É esta a esperança que deve sustentar os justos, chamados a permanecerem fiéis a Deus, apesar da perseguição e da prova. A sua constância e fidelidade serão recompensadas com a vida eterna.

L2: Heb 10,11-14.18 – Por uma única oblação, tornou perfeitos para sempre os que foram santificados - A segunda leitura lembra que Jesus veio ao mundo para concretizar o projecto de Deus no sentido de libertar o homem do pecado e de o inserir numa dinâmica de vida eterna. Com a sua vida e com o seu testemunho, Ele ensinou-nos a vencer o egoísmo e o pecado e a fazer da vida um dom de amor a Deus e aos irmãos. É esse o caminho do mundo novo e da vida definitiva.

Ev: Mc 13,24-32 – Reunirá os seus eleitos dos quatro pontos cardeais - Jesus garante-nos que, num futuro sem data marcada, o mundo velho do egoísmo e do pecado vai cair e que, em seu lugar, Deus vai fazer aparecer um mundo novo, de vida e de felicidade sem fim. Aos seus discípulos, Jesus pede que estejam atentos aos sinais que anunciam essa nova realidade e disponíveis para acolher os projectos, os apelos e os desafios de Deus.

21 de Novembro – XXXIV Domingo do tempo comum – Cristo Rei do Universo

L1: - Dn 7,13-14 – O Poder do Senhor é eterno.

L2: Ap 1,5-8 – O Príncipe dos reis da terra fez de nós um reino de sacerdotes para Deus.

Ev: - Jo 18,33b-37 – É como dizes, sou rei.

A solenidade de Cristo Rei encerra o Ano Litúrgico. Por isso a celebração deste dia é uma grande profissão de fé no Senhor da história que caminha com seu povo. É também momento privilegiado para que a comunidade cristã descubra seu lugar e papel na sociedade. Pertencer à verdade e ouvir a voz daquele que é rei porque dá gratuitamente a vida pelos seus, é ser reino e sacerdotes para Deus. Cristo, a testemunha fiel, o primogénito dentre os mortos, é aquele que nos comunica e realiza em nosso favor o plano do Pai. É nosso irmão. A Eucaristia que celebramos é memorial daquele que nos ama e nos libertou dos pecados em seu sangue.

TEMPO DO ADVENTO

28 de Novembro – I Domingo do Advento

L1: - I leitura Jr 33,14-16 - Advento é tempo de grande compromisso com o projecto de Deus. Olhando a realidade do povo em nosso país, constatamos que há um abismo entre o que o Senhor quer e a situação em que se encontra a maioria da nossa gente. Contudo, os anseios do povo coincidem profundamente com o plano divino: a paz que é fruto da justiça. O povo quer dirigentes e governantes legítimos, dos quais possa cobrar seus direitos e justiça.

L2: II leitura 1Ts 3,12-4,2. – O Senhor confirme os vossos corações no dia de Cristo - O amo prepara a vinda de Jesus - Celebrar é actualizar o amor de Cristo por nós, traduzindo-o em fraternidade e solidariedade, de modo que o mundo inteiro conheça e participe do projecto de Deus, pois o amor prepara a vinda de Jesus.

Ev: - Lc 21,25-28.34-36 – A vossa libertação está próxima - A celebração eucarística é lugar onde o povo oprimido pode ficar de pé e levantar a cabeça, porque a libertação está próxima. A morte e ressurreição de Jesus, celebradas na Eucaristia, são a presença do Deus que age na história, julgando e libertando.

5 de Dezembro – II Domingo do Advento

L1: Br 5,1-9 – Deus mostrará o teu esplendor - Advento é tomada de consciência: Deus é Pai e libertador. Ele convida seus filhos, as comunidades cristãs, a se levantar e perceber que a libertação está próxima

L2: - Fl 1,4-6.8-11 – Puros e irrepreensíveis para o dia de Cristo - Celebrar a Eucaristia é reviver a presença do Deus que é Pai libertador, que salva em Cristo Jesus. A comunidade cristã que celebra o memorial da morte e ressurreição de Cristo é convidada ao discernimento: só o amor dinâmico que conduz à prática da solidariedade e da justiça é capaz de actualizar a vinda de Jesus.

EV: evangelho - Lc 3,1-6toda a criatura verá a salvação de Deus - O nascimento de Cristo, e sua missão, marcam o acontecimento central da história da salvação. O caminho de Jesus é proposta aberta a todos. Mas não nos iludamos: o caminho de Jesus não é o dos poderosos, e a história da salvação não passa pela “história oficial” dos que dominam e oprimem.

12 de Dezembro – III Domingo do Advento

L1: - Sof 3,14-18a O Senhor exulta de alegria por tua causa - “O que devemos fazer?” Essa pergunta aparece três vezes no evangelho deste domingo. Sua resposta traça um programa de vida para os cristãos em suas comunidades. O Natal que está para chegar marca a presença de Deus no meio de nós, “pequeno resto” que procura manter-se fiel ao Senhor. Connosco Deus quer construir nova história e nova sociedade.

L2: - Filip 4,4-7 – O Senhor está próximo - A celebração eucarística é o momento em que damos graças ao Pai, por meio de Jesus, no Espírito. Nossa oração, feita de agradecimento e súplica, é momento de discernimento e de compromisso com Jesus e seu projecto.

 

Ev: - Lc 3,10-18 – Que devemos fazer - Pois Ele vai pôr às claras quem somos e o que fazemos para construir sociedade e história novas. A partilha do Pão da vida nos ensina a partilhar os bens da criação, na justiça e no serviço aos marginalizados.

19 de Dezembro – IV Domingo do Advento

L1: - Miq 5,1-4 - Celebrar a Eucaristia é sentir que a salvação nasce dos pobres. É nos pequenos das roças e periferias que hoje Jesus se encarna, devolvendo-lhes a esperança e a paz.

L2: - Hb 10,5-10. As comunidades cristãs, pequeno resto, se reúnem para celebrar esse evento libertador: o nascimento, morte e ressurreição de Jesus que, em seu corpo, nos santificou e libertou, perdoando nossos pecados. A melhor resposta que podemos dar-lhe, neste tempo de Advento, é esta: “Estamos aqui para fazer a tua vontade”.

Ev: - Lc1,39-45 – Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor? - A comunidade reunida, o pão partilhado, são sinais visíveis de que o mundo novo está começando a partir dos que se comprometem com o Reino de Deus. Na celebração sentimos que a realeza de Cristo se traduz na partilha do seu ser com os empobrecidos, criando a paz. Como Isabel, nós também perguntamos: “Como posso merecer que… o meu Senhor me venha visitar?” A proximidade do Deus que se faz pão e palavra de vida nos leva a exultar como João Batista no seio de sua mãe. Deus veio morar entre os empobrecidos. Encarnou-se neles para salvá-los!

Natal do Senhor – Noite – Hoje nasceu para vós um Salvador, que é o Messias, Senhor!

Deus entra na história do ser humano por meio de uma mulher marginalizada. Celebrar o Natal é fazer memória dos eventos libertadores do nosso Salvador, Messias e Senhor. Jesus nasce no meio dos pobres, migrantes, pastores, enfim, encarna-se na realidade dos que sofrem, para remi-los liturgia é comunicação do Deus que optou pelos pobres, falando a linguagem deles, resgatando-os definitivamente, para que ninguém venha de novo oprimi-los. Nasce para nós o Salvador. Hoje é dia de boas notícias, pois a história toma rumo novo, manifestando a solidariedade do Deus fiel. Glória a Deus no mais alto dos céus! Sua glória é acção concreta repercutindo na terra, trazendo para todos a paz. Envolto em faixas e colocado na manjedoura; envolto num lençol e colocado num sepulcro; feito pão e vinho e posto a serviço dos que ele ama: assim é o nosso Salvador, o Messias, o Senhor, aquele que não reservou para si sua vida, mas a entregou a fim de nos resgatar e purificar, tornando-nos seu povo, dedicado a praticar a justiça.

Natal do Sr - Dia – A palavra se encarnou e fez sua tenda entre nós

L1: – Is 52,7-10 – Seu Deus Reina

L2: – Hb 1,1-6 – Falou-nos por meio do Filho

Ev: - Jo 1,1-18 – A Palavra se encarnou e armou sua tenda entre nós

Que bom seria se o espírito natalino tomasse conta de todos os dias da vida. Viveríamos continuamente agradecidos, pois o Natal – início de nossa redenção – é o ponto alto da comunicação amorosa do nosso Deus. Hoje é dia de boas notícias: o nosso Deus vem para reinar, para fazer estremecer de júbilo as ruínas de Jerusalém e as nossas ruínas; na pessoa do Filho – Palavra encarnada que armou sua tenda no meio de nós –, Deus nos fala e nos contempla face a face, e nós podemos contemplá-lo como um de nós. A eucaristia coroa nossa celebração e nela somos gratos ao Pai, pois, na Palavra feita gente, nós, que acolhemos Jesus e acreditamos em seu nome, recebemos o poder de nos tornar filhos de Deus.

26/12/2021 – Sagrada Família

O mundo é a família de Deus, pois Jesus se encarnou em nossa realidade, experimentando o drama de todas as famílias humanas, conduzindo seu povo para a vida em plenitude. Toda celebração eucarística é catequese permanente da ação de Deus em nossa vida. Por isso, com a festa da Sagrada Família, celebramos não só o sofrimento das famílias brasileiras, mas sobretudo a certeza de que estamos sendo guiados por Deus no caminho que conduz à vida e liberdade para todos. Encerramos mais um ano de caminhada. Agradecemos a Deus a alegria das esperanças realizadas. E celebramos desde já as expectativas, pois a maioria das comunidades e famílias ainda não viu brilhar no horizonte a consolação e a libertação iniciadas em Jesus.

Dia 1 de Janeiro - Santa Maria Mãe de Deus - Num 6,22-27; Gal 4,4-7; Lc 2, 16-21

Neste dia, a liturgia coloca-nos diante de evocações diversas, ainda que todas importantes. Celebra-se, em primeiro lugar, a Solenidade da Mãe de Deus: somos convidados a olhar a figura de Maria, aquela que, com o seu sim ao projecto de Deus, nos ofereceu a figura de Jesus, o nosso libertador. Celebra-se, em segundo lugar, o Dia Mundial da Paz: em 1968, o Papa Paulo VI quis que, neste dia, os cristãos rezassem pela paz. Celebra-se, finalmente, o primeiro dia do ano civil: é o início de uma caminhada percorrida de mãos dadas com esse Deus que nunca nos deixa sozinhos, mas que em cada dia nos cumula da sua bênção e nos oferece a vida em plenitude. As leituras de hoje exploram, portanto, diversas coordenadas. Elas têm a ver com esta multiplicidade de evocações. Na primeira leitura, sublinha-se a dimensão da presença contínua de Deus na nossa caminhada, como bênção que nos proporciona a vida em plenitude. Na segunda leitura, a liturgia evoca outra vez o amor de Deus, que enviou o seu “Filho” ao nosso encontro, a fim de nos libertar da escravidão da Lei e nos tornar seus “filhos”. É nessa situação privilegiada de “filhos” livres e amados que podemos dirigir-nos a Deus e  chamar-Lhe “papá”. O Evangelho mostra como a chegada do projecto libertador de Deus (que veio ao nosso encontro em Jesus) provoca alegria e contentamento por parte daqueles que não têm outra possibilidade de acesso à salvação: os pobres e os débeis. Convida-nos, também, a louvar a Deus pelo seu cuidado e amor e a testemunhar a libertação de Deus aos homens. Maria, a mulher que proporcionou o nosso encontro com Jesus, é o modelo do crente que é sensível ao projecto de Deus, que sabe ler os seus sinais na história, que aceita acolher a proposta de Deus no coração e que colabora com Deus na concretização do projecto divino de salvação para o mundo.

 


Prevenção Covid – 19  -  Informe-se sobre os factos e tome as precauções adequadas para se proteger a si e às pessoas à sua volta. Siga os conselhos partilhados pela sua autoridade de saúde local.

Para evitar a propagação da COVID-19:

Lave frequentemente as mãos. Utilize água e sabão, ou uma solução à base de álcool.

Mantenha uma distância segura de qualquer pessoa que estiver a espirrar ou tossir.

Use máscara sempre que o distanciamento físico não for possível.

Não toque nos olhos, no nariz ou na boca.

Cubra o nariz e a boca com o cotovelo flectido ou um lenço quando tossir ou espirrar. Fique em casa.

Se tiver febre, tosse e dificuldade respiratória, procure assistência médica.

Máscaras

As máscaras podem ajudar a evitar a propagação do vírus entre o respectivo portador e outras pessoas. O uso de máscara, por si só, não protege contra a COVID-19 e deve ser combinado com o distanciamento físico e a higiene das mãos. Caso se sinta doente, vá ao posto médico mais próximo. Siga os conselhos partilhados pela sua autoridade de saúde local.

Estes actos de prevenção são de responsabilidade individual e colectiva.

KD          LE: www.Kaquinda.blogspot.com

 

O AMBOIM - Boletim Paroquial da Gabela. Série IV– Ano I – Nº 3 – Outubro – Dezembro de 2021;  . Propriedade e Edição da Paróquia da Gabela – Tel. (00 244) 236220235

C.P. 95 – ANGOLA; Director: Pároco; Redacção: Equipa Missionária – Com aprovação eclesiástica.