Pasárgada

…Cheguei no momento da criação do mundo e resolvi não existir. Cheguei ao zero-espaço, ao nada-tempo, ao eu coincidente com vós-tudo, e conclui: No meio do nevoeiro é preciso conduzir o barco devagar.


Serei o que fui, logo que deixe de ser o que sou; porque quando fui forçado a ser o que sou, foi porque era o que fui.

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sexta-feira, 27 de maio de 2022

Diabetes


Dieta de diabético

1 – Pequeno almoço:

a)       Usar chás de plantas (folhas) – laranjeira, abacateiro, limoeiro, cachinde, ndembi, etc… com mel ou açúcar dietético ou adoçante, inhame, gocó (tayoba), batata doce…

b)       Leite magro ou meio gordo;

c)       Pão (se for integral) ou broa e fruta

2 – Almoço:

a)       Comer verduras, saladas, legumes, banana-pão cozida, pirão (até duas vezes por semana), massa e arroz (em poucas quantidades), com peixe cozido, assado ou grelhado, carne cozida, assada, grelhada ou estufada e fruta.

3 – Lanche:

a)       Tomar sumo de frutas não muito doces (Ex.. Abacaxi, abacate, goiaba, mamão, limão…)

4 – Jantar:

a)       Sopa com bastante legumes ou hortaliças, pouca gordura e sal;

b)       Saladas de pepino, alface, cenoura, agrião, cebola gentia, fruta, etc.

5 – Obs.:

a)       Beber dois litros de água (no mínimo) por dia – natural e não fresca;

b)       Tomar refeições a horas e evitar passar 3h e meia sem comer;

c)       Evitar o consumo total de gordura, sobretudo a gordura saturada;

d)       Diminuir a quantidade de gordura usada para cozinhar e temperar;

e)       Diminuir o consumo de alimentos com elevado teor de gordura;

f)        Não usar gorduras ou óleos que foram utilizados em fritos, por causa da degradação da gordura e a formação de compostos cancerígenos;

g)       Usar mais o azeite do que as outras gorduras para cozinhar e temperar os pratos;

h)       Aumentar o consumo de hortaliças, frutas e legumes;

i)         Evitar ingerir açúcar e produtos açucarados;

j)         Comer, de preferência, peixes e carnes magros;

k)       Retirar das carnes toda a gordura;

l)         Do frango (coxas, galinha rija, costeletas, etc.), retirar toda a gordura e pele;

m)     Comer galinha caipira (gentia), pelo menos uma vez por semana;

n)       Diminuir o consumo de sal – não adicionar sal fino nos pratos já confeccionados e evitar o consumo de alimentos muito salgados;

o)       Evitar os fritos e preferir estufados, cozidos, assados e grelhados;

p)       Nos alimentos grelhados e assados, não consumir as partes queimadas;

q)       Beber água simples em abundância ao longo do dia – chá e efusões sem adição de açúcar são uma maneira saudável e saborosa de consumir água;

r)        Evitar consumo de refrigerantes e bebidas artificiais de sumo de frutas (porque são ricas em açúcar);

s)        Evitar maioneses, bolachas de açúcar, biscoitos, bolos, etc.

t)        Comer ovos, pelo menos 3 vezes por semana;

5 – Frutas:

a)       Frutas ricas em fibras e de baixo índice glicémico: Goiaba, abacaxi, limão, morango, abacate, pêssego, mamão, laranja, maçã, melão, melancia…

6 – O que não deve comer

a)       Carne de porco (e derivados), bagre, mandioca (e derivados), quisaca, quiabo (e todo o alimento que escorrega), beringela, giló, alimento feito com óleo de palma, gindungo…

 

 

Gabela, 24 de Maio de 2022

Dna. Queixa

(Nutricionista)

quarta-feira, 25 de maio de 2022

Dia da África

 

Angola na União Africana 

 

Desde a sua entrada na Organização de Unidade Africana (OUA), actual União Africana (UA), palmo a palmo, Angola vem reafirmando e reassumindo todos os compromissos expressos a 12 de Fevereiro de 1976, ao ser reconhecida e aceite pela organização pan-africana.

Contam-se mais de quatro décadas desde que o então ministro das Relações Exteriores, José Eduardo dos Santos, pronunciou, na extinta OUA, um primeiro discurso, em nome de um Povo que vivia três meses de independência, proclamada a 11 de Novembro de 1975.

A comunicação frisava que Angola chegava à OUA graças à determinação, sacrifício, resistência e luta do Povo contra o colonialismo português, que não pactuaria com a opressão, optando pelo não alinhamento.

Volvidos 42 anos, num gesto de reconhecimento, no seu discurso inaugural nas vestes de Presidente, numa Cimeira da UA, a 28 de Janeiro de 2018, o Chefe de Estado Angolano, João Manuel Gonçalves Lourenço, referia que Angola foi uma das últimas colónias do continente africano a ascender à independência e conhece de perto o sentido e o valor da Solidariedade Africana.

Hoje, no seio dos 55 Estados Membros que compõem a UA, Angola é um dos seus principais contribuintes e vai assumindo, por mérito, uma preponderância crescente no seio da organização, em pleno processo de reforma institucional e financeira.

O momento não se poderia afigurar o mais acertado para a actual aposta do Governo no sentido de uma maior inserção de quadros nacionais na União Africana, alinhada ao estatuto que ostenta de ser um dos seis maiores contribuintes para a organização e para o Fundo de Paz - atrás da Argélia, Egípto, Nigéria, África do Sul e Marrocos - e conjugada com as regras de preenchimento de vagas.

Tal desafio coaduna-se com o argumento de que, para uma defesa consistente dos seus interesses, o país deve estar devidamente inserto nas estruturas decisoras da União Africana, em quantidade e em qualidade.

Neste prisma, Angola conta na Comissão da União Africana (CUA)  com a Embaixadora Josefa Sacko, Comissária para a Economia Rural e Agricultura, eleita em 2017, esperando-se pela sua recondução, e com Maria Teresa Manuela, escolhida, no mesmo ano, para membro da Comissão para os Direitos Humanos e dos Povos.

Noutras esferas, estão Sebastião da Silva Isata, recém reeleito para presidente da Comissão do Direito Internacional (CDI) da União Africana (ocupa o cargo desde 2016) e Matias Bertino Matondo, Representante Especial do Presidente da Comissão da União Africana para a República Centro-Africana, desde Março de 2019.

Por seu lado, o Embaixador Gilberto Veríssimo assume, desde 30 de Julho, a presidência rotativa da Comissão da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC).

No âmbito das suas responsabilidades, o país tem tido participação activa  nas principais decisões da organização, mediante presença assídua nos diferentes órgãos da União Africana, nomeadamente Assembleia-Geral, Conselho Executivo, Comité de Representantes Permanentes, Conselho de Paz e Segurança, Comités Técnicos Especializados, Comissão da União Africana, NEPAD/Agência de Desenvolvimento da União Africana, Parlamento Pan-Africano, Mecanismo Africano de Revisão de Pares e Comunidades Económicas Regionais.

Com idêntica entrega participa nos Fóruns de Cooperação África-China, África-Japão (TICAD), África-Índia, África-UE, África-Rússia, África-Reino Unido, África-Turquia, África-EUA, África-América do Sul, Afro-Árabe, SADC, CEEAC e CPLP. 

No capítulo legal, em 69 tratados da União Africana, Angola assinou cerca de 40 e ratificou mais de 20.

No exercício do país na União Africana particular ênfase deve ser dada às  três vezes em que foi eleito para o Conselho de Paz e Segurança, respectivamente em 2007, 2010 e 2018, cumprindo mandatos de dois anos.

No  último, sob a sua presidência rotativa, foi organizada em Dezembro de 2019, em Luanda, uma Sessão Ministerial, sob o lema "Reconciliação Nacional, Restauração da Paz, Segurança e Reconstrução da Coesão em África". 

A coerência no tratamento de assuntos ligados à Paz e Segurança, Reconstrução e Reconciliação Nacional, tem levado várias entidades a consultar o Representante Permanente de Angola junto da União Africana, Embaixador Francisco da Cruz, como são os casos da sua homóloga dos Estados Unidos da América, Jessye Lapenn, e do Representante Permanente Adjunto do Reino Unido, Jason Grimes, cujos países são Membros Permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas (P5).

Durante os mandatos de Angola, constaram da agenda do Conselho de Paz e Segurança (CPS) questões como Prevenção de Conflitos, Emigração, Eleições, Democracia e Boa Governação, Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA), Segurança Marítima, Amnistia, Juventude, Corrupção, Direitos Humanos, Combate à Pobreza, Terrorismo, Mudanças Climáticas, Refugiados, Deslocados Internos, entre outras.

Angola tem assegurado total cooperação com a Comissão da União Africana, e reafirmado compromisso absoluto para com os princípios e objectivos estratégicos da União Africana, manifestando-se também seriamente engajada no apoio às Reformas Institucionais e Financeiras em curso na UA, bem como no cumprimento dos objectivos da Agenda 2063.

Por seu lado, a Comissão da União Africana, na voz do seu presidente, Moussa Faki Mahamat, já valorizou a “importância estratégica” de Angola para a Paz e Segurança de África.

Tenha um bom dia de áfrica, mesmo que não seja africano.

 

segunda-feira, 23 de maio de 2022

Projecto divino

 

Jesus, as crianças e o Reino de Deus

1 - Acolher o reino de Deus como uma criança

Um dia, alguém levou crianças até Jesus para que ele as abençoasse. Os discípulos opuseram-se. Jesus indignou-se e disse-lhes para deixarem as crianças chegar até ele. Depois disse-lhes: «Quem não receber o Reino de Deus como um pequenino, não entrará nele» (Marcos 10,13-16).

É útil lembrar que, anteriormente, foi a estes mesmos discípulos que Jesus dissera: «A vós é dado conhecer o mistério do Reino de Deus» (Marcos 4,11). Por causa do Reino de Deus, eles deixaram tudo para seguir Jesus. Procuram a presença de Deus, querem fazer parte do seu Reino. Mas eis que Jesus os adverte que, ao repelirem as crianças, estão justamente a fechar a única porta de entrada nesse Reino de Deus tão desejado!

Mas o que significa «acolher o reino de Deus como uma criança»? Normalmente interpreta-se como: «acolher o Reino de Deus como uma criança o faz». Isso corresponde a uma palavra de Jesus em Mateus: «Se não voltardes a ser como as criancinhas, não podereis entrar no Reino do Céu» (Mateus 18,3). Uma criança confia sem reflectir. Não pode viver sem confiar nos que estão à sua volta. A sua confiança não é uma virtude, é uma realidade vital. Para encontrar Deus, o melhor de que dispomos é o nosso coração de criança, que está aberto espontaneamente, ousa pedir com simplicidade, quer ser amado.

Outra interpretação possível é: «acolher o Reino de Deus como se acolhe uma criança». Pois o verbo «acolher» em geral tem o sentido concreto de «acolher alguém» (Marcos 9,37). Nesse caso, é ao acolhimento dado a uma criança que Jesus compara o acolhimento da presença de Deus. Há uma secreta conivência entre o reino de Deus e uma criança.

Acolher uma criança é acolher uma promessa. Uma criança cresce e desenvolve-se. É assim que o reino de Deus nunca é na terra uma realidade acabada, mas sim uma promessa, uma dinâmica e um crescimento inacabado. E as crianças são imprevisíveis. Neste relato do Evangelho, chegam quando chegam, e obviamente não chegam no momento certo, de acordo com os discípulos. Mas Jesus insiste que é necessário acolhê-las visto que estão lá. É assim que é necessário acolher a presença de Deus quando ela se apresenta, quer seja numa boa quer seja numa má altura. É necessário entrar no jogo. Acolher o Reino de Deus como se acolhe uma criança é manter-se atento e rezar para o acolher quando ele chega, sempre inesperadamente, a horas ou fora de horas.

2 - Atenção de Jesus às crianças

Um dia, os doze apóstolos discutiam para saberem quem era o maior (Marcos 9,33-37). Jesus, que adivinhou os seus pensamentos, disse-lhes uma palavra desconcertante que confunde e abala as suas categorias: «Se alguém quiser ser o primeiro, há-de ser o último de todos e o servo de todos».

A esta palavra, juntou o gesto. Foi buscar uma criança. Terá sido uma criança que encontrou abandonada na esquina de uma rua de Cafarnaúm? Trouxe-a, «colocou-a no meio» dessa reunião de futuros responsáveis pela Igreja e disse-lhes: «Quem receber um destes meninos em meu nome é a mim que recebe». Jesus identifica-se com o menino que acaba de receber nos braços. Afirma que é «um destes meninos» que melhor o representa, de tal forma que receber um menino desses é o mesmo que acolhê-lo a ele próprio, Cristo.

Pouco antes, Jesus tinha dito estas palavras enigmáticas: «O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens» (Marcos 9,31). «O Filho do Homem» é ele próprio e são simultaneamente todos os filhos dos homens, quer dizer todos os seres humanos. A palavra de Jesus pode compreender-se: «os seres humanos estão entregues ao poder dos seus semelhantes». É sobretudo quando Jesus é preso e mal tratado que se verificará, mais uma vez, que os homens fazem o que quer que seja feito aos seus semelhantes que estejam indefesos. Que Jesus se reconheça na criança que foi buscar já não é assim de espantar, pois, tantas vezes, também as crianças são entregues sem defesa àqueles que têm poder sobre elas.

Jesus deu particular atenção às crianças porque queria que os seus dessem uma atenção prioritária aos desprotegidos. Até ao fim dos tempos, serão os seus representantes na terra. O que lhes fizerem é a ele, Cristo, que o farão (Mateus 25,40). Os «mais pequenos dos seus irmãos», os que pouco contam e que são tratados de qualquer maneira, porque não têm poder nem prestígio, são o caminho, a passagem obrigatória, para viver em comunhão com Ele.

Se Jesus pôs um menino no meio dos seus discípulos reunidos, foi também para que eles próprios aceitassem ser pequeninos. Explicou-lhes isso no seguinte ensinamento: «Seja quem for que vos der a beber um copo de água por serdes de Cristo, em verdade vos digo que não perderá a sua recompensa» (Marcos 9,41). Indo pelos caminhos para anunciar o Reino de Deus, os apóstolos também serão «entregues nas mãos dos homens»: Nunca saberão de antemão como irão ser acolhidos. Mas até para aqueles que os acolherem apenas com um simples copo de água fresca, mesmo sem os levarem a sério, os discípulos terão sido portadores de uma presença de Deus.

3 - “Deixai vir a mim as crianças, porque delas é o Reino dos Céus”

Em Junho celebramos o mês das crianças por isso é bom reflectirmos sobre a passagem que o Evangelista Marcos nos mostra como era o relacionamento de Jesus com as crianças:

 Depois disso, alguns levaram crianças para que Jesus tocasse nelas. Mas os discípulos os repreendiam. Vendo isso, Jesus ficou zangado e disse: “Deixem as crianças virem a mim. Não lhes proíbam, porque o Reino de Deus pertence a elas. Eu garanto a vocês: quem não receber como criança o Reino de Deus, nunca entrará nele. Então, Jesus abraçou as crianças e abençoou-as, pondo a mão sobre elas”. Mc 10,13-16

É muito importante entendermos como era a situação das crianças no tempo de Jesus: excepto os filhos homens, primogénitos, as demais crianças eram desvalorizadas pelos adultos, sendo inclusive marginalizadas. Diante disso elas não possuíam dignidade. Jesus então aproveita a oportunidade para chamar a atenção da sociedade para aquela situação discriminatória e nos mostra a importância das crianças em nossos ministérios. Para ele todos somos importantes independentemente da condição e da idade.

Jesus afirma que o Reino de Deus é das crianças e daqueles que se assemelham a elas. Quais são as qualidades que Ele vê de especial nas crianças?

Para respondermos essa pergunta basta olharmos para a essência das crianças. Ao fazermos isso logo pensamos na humildade, elas não se acham melhores que os outros, não discriminam sendo elas ricas ou pobres, pretas ou brancas, gordas ou magras. Em uma sala de aula, por exemplo, elas entram conversam, brincam com todos sem fazer qualquer distinção. Estão sempre abertas para o novo, sempre querendo aprender e para novas descobertas, isso sem entrar em crise, com naturalidade e sem medo. Para elas o importante é o agora, por causa da sua idade, pouco tem a dizer sobre o seu passado e muito menos sobre o futuro, por isso não se importam com o amanhã, e esse é vivido com intensidade, com vigor e entusiasmos.

Ser como criança, para Jesus, é receber a graça do reino de forma gratuita, como se fosse um presente, ou seja, não achando que merecemos por nossas boas obras. Ele nos mostra que o reino não é para os arrogantes, para os que se acham merecedores do reino. Só entrará no Reino aqueles que tiverem um coração sensível e acolhedor da justiça e do amor. Precisamos viver exercitando a caridade, a gratuidade e o amor. É de essencial importância nos despirmos da malícia e dos defeitos próprios dos adultos, para então reformarmos nosso carácter e reprimirmos as más tendências.

“Na criança, há algo que nunca poderá faltar em quem deseja entrar no Reino dos Céus. Ao Céu, estão destinados aqueles que são simples como as crianças, quantos são cheios de confiante abandono, ricos de bondade e puros como elas. Só esses podem encontrar em Deus um Pai, e tornarem-se, por sua vez e graças a Jesus, igualmente filhos de Deus”. (João Paulo II)

“Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos”. (Mt 11, 25)

Crianças, nossa missão – Notas práticas para o cristão

Temos uma tarefa na igreja em relação às crianças, segundo o ensino de Jesus Cristo.

1. Precisamos, como igreja, receber as crianças (Mateus 19.13). Nunca rechaçá-las, sob qualquer pretexto. Elas são diferentes de nós, no interesse, na retenção, nos movimentos. Elas estão em formação: por isto, Jesus é tão duro contra quem lhes servir de tropeço, ao lembrar que uma marca (feita numa criança) vai ficar para sempre.

2. Precisamos, como igreja, colocá-las no colo (Marcos 9.36), cuidando delas.

3. Precisamos, como igreja, abençoar as crianças (Mateus 19.15 -- Jesus lhes impôs as mãos, como se tendo as mesmas necessidades espirituais do que as adultas). Como elas não dão retorno (na política, não votam; na igreja, "só dão trabalho e despesa"), Jesus nos pede para cuidarmos delas como se estivéssemos cuidando dEle (a quem amamos, servimos e adoramos) .

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Crianças, com quem aprendemos

Aprendemos muito com as crianças. Para entrarmos no Reino de Deus (isto é, sermos salvos), precisamos nos tornar crianças.

1. Precisamos nascer de novo como crianças recém-nascidas (a exemplo do que Jesus ensinou a Nicodemos -- João 3). Jesus toma o nascimento biológico como uma metáfora para indicar que, para entrarmos no Seu Reino, precisamos ser gerados outra vez. Nascer, na verdade, não é um verbo que nós conjugamos; na verdade, somos nascidos. É o Espírito Santo que nos nasce. precisamos desejar nascer. Quando nascemos de novo temos um novo corpo moral e espiritual; ficamos com a cara do Pai. Nascemos de novo quando recebemos a Jesus como Senhor e Salvador. Onde Jesus estava, ali estavam as crianças, sem medo de serem consideradas como seus discípulos.

2. Precisamos ser humildes como crianças inocentes (Mateus 18.4 -- "Portanto, quem se faz humilde como esta criança, este é o maior no Reino dos céus").

Jesus usou a a humildade das crianças para demonstrar a humildade necessária para se entrar no Reino dos céus. Alguém dirá que as crianças também se gabam. Sim, elas se gabam porque também são pecadoras; elas se gabam imitando seus pais ou pessoas próximas.

No entanto -- e é isto que Jesus quis que reconhecemos -- a humildade das crianças não advém de uma declaração que façam, mas de sua própria condição de fragilidade. As crianças são naturalmente fracas. Reconheçam-no ou não: elas são frágeis. Não são capazes de sair, por si mesmas, de situações difíceis. Não são capazes de produzir seu próprio pão. A condição humana está perto da criança; não aprendeu ainda a pôr a mascara da perfeição. (Quando aprende, deixa de ser criança; perde a inocência).

Como são naturalmente fracas, as crianças se deixam alimentar. Por isto, pedem e esperam.

Como são naturalmente fracas, as crianças se  deixam ensinar. É por isto que perguntam tanto... Adultos querem ensinar; crianças se deixam ensinar. Crianças são naturalmente alunas. Elas não sabem ainda o que é a vida; por isto, se deixam ensinar. Como as crianças, deixemo-nos ensinar por Jesus Cristo (por meio da igreja). O processo é claro: quem nasceu de novo precisa aprender. E precisamos continuar aprendendo com Jesus. muitos mestres a nos ensinar; ouçamos a todos, mas comparemos estes ensinos com os de Jesus. São os dEles que nos fazem felizes.

3. Precisamos louvar, como as crianças (Mateus 21.16-- "Sim, vocês nunca leram: `Dos lábios das crianças e dos recém-nascidos suscitaste louvor’"?). Jesus cita o Salmo 8, que diz

"Dos lábios das crianças e dos recém-nascidos firmaste o teu nome como fortaleza".

Com as crianças aprendemos:

O louvor não é uma técnica; antes, é a linguagem do Espírito Santo que flui através de nós. Este é o perfeito louvor, que não exclui o treino, mas o treino é secundário (primária é a atitude, própria de quem deixa o Espírito Santo fluir na sua vida.). O louvor é o poema de Deus se expressando por nosso intermédio; apenas declamamos o poema que o Espírito Santo compõe.

O louvor nasce da dependência de Deus. As crianças (especialmente as de peito) relaxam quando são alimentadas. Devemos cantar como elas cantam, como os pássaros, que cantam quando são alimentados. Quando relaxam as crianças (ou cantam os pássaros), estão se alegrando na dependência de Deus.

O louvor, por isto mesmo, é sempre uma ação de graças. Não louvamos para ensinar a Deus ou ao crente, louvamos para agradecer a Deus. Não louvamos para pedir algo a Deus; louvamos para dar graças a Deus. Não louvamos para ser abençoados; louvamos porque somos abençoados e, abençoados, reconhecemos que foi Deus quem fez e, reconhecendo, cantamos.

 

 

Gabela, Maio de 2022