PAPA FRANCISCONO CAIRO
O Papa enviou uma mensagem em favor da paz
e do diálogo entre religiões ao povo do Egito, três dias antes de iniciar uma viagem
ao Cairo, que se prolonga até sábado.
Na intervenção, divulgada hoje no Vaticano
e com transmissão na TV egípcia, Francisco fala num mundo “dilacerado por uma violência
cega” que atingiu também este país, a qual exige como resposta “paz, amor e misericórdia”.
“[O mundo] precisa de construtores de pontes
de paz, de diálogo, de fraternidade, de justiça e de humanidade”, acrescenta o Papa.
Francisco diz levar ao Egito uma mensagem de
“amizade”, com apelos à “fraternidade e reconciliação” entre judeus, cristãos e
muçulmanos.
“Faço votos de que possa ser um contributo
válido também para o diálogo inter-religioso com o mundo islâmico e para o diálogo
ecuménico com a venerada e amada Igreja Copto-Ortodoxa”, sublinha.
O Papa deseja que a visita seja ainda “um abraço
de consolação e encorajamento a todos os cristãos do Médio Oriente”.
O pontífice apresenta-se “como amigo, como
mensageiro de paz e como peregrino”.
Ao início do dia, na festa litúrgica de São
Marcos, o Papa ofereceu a Missa que celebrou na capela da Casa de Santa Marta ao
patriarca copta-ortodoxo Tawadros II.
O porta-voz do Vaticano adiantou esta segunda-feira
que o Papa Francisco vai deslocar-se no Egito, nos dias 28 e 29 de abril, sem recurso
a qualquer carro blindado e sem preocupações suplementares após os recentes atentados
contra comunidade cristã.
A agenda dos dois dias de viagem inclui encontros com líderes religiosos
cristãos e islâmicos e com as autoridades políticas do Egito.
Francisco vai encerrar, com o imã de Al-Azhar,
a mais prestigiada instituição do Islão sunita, uma Conferência Internacional pela
Paz.
No Cairo, o Papa vai ser acompanhado pelo patriarca ecuménico de Constantinopla
(Igreja Ortodoxa), Bartolomeu.
OC
Falta pouco para a partida do Santo Padre para o Cairo. Serão
dois dias de visita, sexta-feira e sábado próximos (dias 28 e 29 de abril), no
signo das três dimensões: pastoral, ecumênica e inter-religiosa.
Num país de quase 90 milhões de habitantes, em que 89% são
muçulmanos sunitas, cerca de 10% são coptas ortodoxos e somente 0,1% são
católicos, de vários ritos, o Papa chegará como homem de paz. Na medalha da
viagem estão representados a Sagrada Família e elementos típicos do Egito.
Segundo explicou o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé,
estão previstos cinco discursos, a começar pelo que será dirigido aos
participantes da Conferência Internacional sobre a Paz, na qual se pronunciará
também o Grão-Imame de Al-Azhar.
Em seguida terá lugar o encontro com as autoridades e a visita
ao Papa copta ortodoxo Tawadros II, ao término do qual irão juntos até a igreja
de São Pedro e São Paulo, atingida em dezembro passado por um atentado, para
uma oração ecumênica pelos cristãos assassinados.
No dia seguinte: a missa e o encontro com o clero, os religiosos
e os seminaristas. Para deslocar-se o Papa Francisco não utilizará um veículo
blindado, mas um automóvel normal, disse o diretor da Sala de Imprensa
Vaticana.
A Rádio Vaticano perguntou a Greg Burke se esse gesto é também
um sinal de esperança. Eis o que disse:
Greg Burke:- “O Papa quer dar sinais positivos. Está sereno, não é ingênuo,
conhece a situação no Egito, sabe o que tem acontecido com os coptas nos
últimos anos, particularmente durante o Domingo de Ramos, mas quer dar
também um sinal positivo. O quanto possível, ele gosta da normalidade, por isso
se deslocará com um automóvel normal, fechado. Porém, em dois momentos, se
deslocará com o golf car (automóvel aberto de
pequeno porte): na missa do sábado para estar em meio ao povo, e no encontro no
Seminário, quando se terá um momento de oração com os sacerdotes, os
seminaristas e os religiosos. Também ali dará uma volta” com este pequeno
automóvel aberto.
RV: Também o encontro e o pronunciamento que fará na Conferência
internacional sobre a paz serão muito importantes...
Greg Burke:- “Falar de paz como verdadeiras pessoas de religião que são pela
paz, como diz o Papa, essa é a verdadeira mensagem.”
RV: Podemos dizer que o desejo do Papa de construir o diálogo num
certo sentido se reflita nestas três dimensões de sua viagem: pastoral,
ecumênica e inter-religiosa. É uma viagem que tem essa forte caracterização...
Greg Burke:- “Sim, não há dúvida. O Papa sempre diz que é preciso construir
pontes. Isso é um construir pontes. Digamos que o encontro que terá com a
pequena comunidade católica é mais que uma ponte, porque são irmãos, porém, o
encontro inter-religioso e ecumênico são aspectos chave.”
RV: Isso é testemunhado também pela presença do Patriarca de
Constantinopla Bartolomeu...
Greg Burke:- “Efetivamente sim. Isso é uma coisa bonita, mesmo não sendo
previsto um encontro entre os dois, porque esse não é o motivo da viagem, o
fato que ele esteja presente é importante.” (RL/DD)
Ecclesia
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