Pasárgada

…Cheguei no momento da criação do mundo e resolvi não existir. Cheguei ao zero-espaço, ao nada-tempo, ao eu coincidente com vós-tudo, e conclui: No meio do nevoeiro é preciso conduzir o barco devagar.


Serei o que fui, logo que deixe de ser o que sou; porque quando fui forçado a ser o que sou, foi porque era o que fui.

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quarta-feira, 26 de abril de 2017

Visita do Santo Padre ao Egito


PAPA FRANCISCONO CAIRO

O Papa enviou uma mensagem em favor da paz e do diálogo entre religiões ao povo do Egito, três dias antes de iniciar uma viagem ao Cairo, que se prolonga até sábado.
Na intervenção, divulgada hoje no Vaticano e com transmissão na TV egípcia, Francisco fala num mundo “dilacerado por uma violência cega” que atingiu também este país, a qual exige como resposta “paz, amor e misericórdia”.
“[O mundo] precisa de construtores de pontes de paz, de diálogo, de fraternidade, de justiça e de humanidade”, acrescenta o Papa.
Francisco diz levar ao Egito uma mensagem de “amizade”, com apelos à “fraternidade e reconciliação” entre judeus, cristãos e muçulmanos.
“Faço votos de que possa ser um contributo válido também para o diálogo inter-religioso com o mundo islâmico e para o diálogo ecuménico com a venerada e amada Igreja Copto-Ortodoxa”, sublinha.
O Papa deseja que a visita seja ainda “um abraço de consolação e encorajamento a todos os cristãos do Médio Oriente”.
O pontífice apresenta-se “como amigo, como mensageiro de paz e como peregrino”.
Ao início do dia, na festa litúrgica de São Marcos, o Papa ofereceu a Missa que celebrou na capela da Casa de Santa Marta ao patriarca copta-ortodoxo Tawadros II.
O porta-voz do Vaticano adiantou esta segunda-feira que o Papa Francisco vai deslocar-se no Egito, nos dias 28 e 29 de abril, sem recurso a qualquer carro blindado e sem preocupações suplementares após os recentes atentados contra comunidade cristã.
A agenda dos dois dias de viagem inclui encontros com líderes religiosos cristãos e islâmicos e com as autoridades políticas do Egito.
Francisco vai encerrar, com o imã de Al-Azhar, a mais prestigiada instituição do Islão sunita, uma Conferência Internacional pela Paz.
No Cairo, o Papa vai ser acompanhado pelo patriarca ecuménico de Constantinopla (Igreja Ortodoxa), Bartolomeu.
OC

Falta pouco para a partida do Santo Padre para o Cairo. Serão dois dias de visita, sexta-feira e sábado próximos (dias 28 e 29 de abril), no signo das três dimensões: pastoral, ecumênica e inter-religiosa.
Num país de quase 90 milhões de habitantes, em que 89% são muçulmanos sunitas, cerca de 10% são coptas ortodoxos e somente 0,1% são católicos, de vários ritos, o Papa chegará como homem de paz. Na medalha da viagem estão representados a Sagrada Família e elementos típicos do Egito.
Segundo explicou o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, estão previstos cinco discursos, a começar pelo que será dirigido aos participantes da Conferência Internacional sobre a Paz, na qual se pronunciará também o Grão-Imame de Al-Azhar.
Em seguida terá lugar o encontro com as autoridades e a visita ao Papa copta ortodoxo Tawadros II, ao término do qual irão juntos até a igreja de São Pedro e São Paulo, atingida em dezembro passado por um atentado, para uma oração ecumênica pelos cristãos assassinados.
No dia seguinte: a missa e o encontro com o clero, os religiosos e os seminaristas. Para deslocar-se o Papa Francisco não utilizará um veículo blindado, mas um automóvel normal, disse o diretor da Sala de Imprensa Vaticana.
A Rádio Vaticano perguntou a Greg Burke se esse gesto é também um sinal de esperança. Eis o que disse:
Greg Burke:- “O Papa quer dar sinais positivos. Está sereno, não é ingênuo, conhece a situação no Egito, sabe o que tem acontecido com os coptas nos últimos anos, particularmente  durante o Domingo de Ramos, mas quer dar também um sinal positivo. O quanto possível, ele gosta da normalidade, por isso se deslocará com um automóvel normal, fechado. Porém, em dois momentos, se deslocará com o golf car (automóvel aberto de pequeno porte): na missa do sábado para estar em meio ao povo, e no encontro no Seminário, quando se terá um momento de oração com os sacerdotes, os seminaristas e os religiosos. Também ali dará uma volta” com este pequeno automóvel aberto.
RV: Também o encontro e o pronunciamento que fará na Conferência internacional sobre a paz serão muito importantes...
Greg Burke:- “Falar de paz como verdadeiras pessoas de religião que são pela paz, como diz o Papa, essa é a verdadeira mensagem.”
RV: Podemos dizer que o desejo do Papa de construir o diálogo num certo sentido se reflita nestas três dimensões de sua viagem: pastoral, ecumênica e inter-religiosa. É uma viagem que tem essa forte caracterização...
Greg Burke:- “Sim, não há dúvida. O Papa sempre diz que é preciso construir pontes. Isso é um construir pontes. Digamos que o encontro que terá com a pequena comunidade católica é mais que uma ponte, porque são irmãos, porém, o encontro inter-religioso e ecumênico são aspectos chave.”
RV: Isso é testemunhado também pela presença do Patriarca de Constantinopla Bartolomeu...
Greg Burke:- “Efetivamente sim. Isso é uma coisa bonita, mesmo não sendo previsto um encontro entre os dois, porque esse não é o motivo da viagem, o fato que ele esteja presente é importante.” (RL/DD)


Ecclesia

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