LÁZARO, POBRE QUE SE IDENTIFICA COM
JESUS
Dia 05 de Março de 2015
Evangelho – Lc 16,19-31
A palavra de Deus, neste tempo
especial, está sempre chamando a nossa atenção para o cuidado que devemos ter
para o que é de mais precioso para Deus: avida humana!
Como seguidores de Jesus, não
podemos fechar os olhos diante da triste realidade que aí está:
irmãos nossos, vivendo às margens da sociedade, sobrevivendo das migalhas
que caem da mesa daqueles que tomam para si, o que deveria ser de
todos. Somos chamados a contemplar o rosto desfigurado de
Jesus, estampado no semblante destes irmãos, ceifados até mesmo do direito
à vida! Ignorar estes irmãos, é ignorar o próprio Jesus,
que quer contar conosco na construção de um mundo melhor, de um mundo mais
justo, mais fraterno onde todos tenham o direito a uma vida digna.
Como filhos e filhas do mesmo Pai,
somos co-responsáveis pela vida do outro, não podemos transferir para outros,
a responsabilidade que é nossa: ser amparo para os que sofrem.
Precisamos aprender a olhar o
irmão com o olhar de Jesus, um olhar que não apenas constata
a sua necessidade, mas que nos leve a socorre-lo.
O Evangelho de hoje, narra a
parábola do rico e do Lázaro! Através de uma história, Jesus nos alerta,
sobre a importância de cuidarmos dos pobres, são eles, os amigos de Deus, que
abrirão a porta do céu pára nós!
Podemos perceber nesta parábola, que
Jesus não cita o nome do rico, somente o nome do pobre, que chamava
Lázaro, reafirmando a sua predileção para com os pobres,
os pobres, Jesus os conhece pelo nome!
O rico desta parábola, não
maltratava Lázaro, (o pobre), ele simplesmente o ignorava, perdendo assim, a
oportunidade de alcançar, através da caridade, a vida eterna. A
sua condenação, não foi pelo fato dele ser
rico, e sim, pelo bem que ele deixou de fazer.
Podemos comparar o rico desta
história, com a elite da sociedade de hoje, os responsáveis pela
distribuição de renda e também, com muitos de nós, que se diz
cristão, mas que ignora o que é de mais precioso para Deus: os
pequeninos, os pobres, fazendo de conta que está tudo bem, que a desigualdade
não existe.
O Lázaro representa o povo ignorado,
sofrido e oprimido. Existem muitos Lázaros espalhados pelo mundo afora,
passando fome, sedentos de amor, morrendo nas portas dos hospitais sem
atendimento médico, e o pior, diante dos olhares insensíveis daqueles que tem o
dever de cuidar deles.
Outra coisa que deve chamar a
nossa atenção nesta história, é que Lázaro, mesmo sendo pobre, sobrevivendo das
migalhas que caía da mesa do rico, não reclamava da vida, o que nos mostra, que
ele tinha total confiança na promessa de Deus, promessa, que se
concretizou com o seu acolhimento no céu!
A parábola nos diz claramente que é
impossível transpor o abismo que separa o inferno do paraíso. A ponte que nos
liga ao céu, deve ser construída aqui na terra, no aqui e no agora, através de
nossos gestos concretos de amor ao próximo, depois que partirmos
deste mundo, será tarde demais!
Não esperemos, que o pobre
venha até a nós, para que possamos ajudá-lo, a exemplo de
Jesus, devemos ir até ele, certificar de suas necessidades, conhecer
a sua história, demonstrar interesse por ele, a sua fome,
nem sempre é de pão, muitas vezes, é
fome de amor, fome da presença de alguém!
O conceito de pobre e rico para
Jesus, é diferente do nosso conceito, para nós, pobre, é todo aquele que não
possui bens, e rico, é todo aquele que possui muitos bens. Enquanto que para
Jesus, pobre, é todo aquele que se esvazia de si mesmo para se tornar
dependente de Deus, independente dele possuir ou não, bens materiais. Já
o rico, para Jesus, é todo aquele que acumula, que se fecha em si mesmo, que
não partilha que não sente necessitado de Deus! Portanto, aos olhos de Jesus,
existem pobres de bens materiais que são ricos em ganância em soberba, e ricos,
que são pobres, porque se esvaziam de si mesmos para se
tornarem dependentes de Deus.
É bom tomarmos consciência de
que no nosso julgamento final, seremos cobrados pelo bem que deixamos de fazer!
No pobre está estampado o semblante
de Jesus, ignorá-lo, é ignorar o próprio Jesus.
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