A
DOR DA CURA EMOCIONAL
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No processo de resolvermos
os conflitos emocionais pessoais geralmente precisamos passar pela dor da tomada
de consciência do que nos aflige. Muitas situações na vida nos fazem sofrer emocionalmente.
Situações devido a perdas, reais ou imaginárias, de alguém que você amava, perda
do amor idealizado, perda do sentido para a vida quando você a colocava no material
e vê que ele não preencheu tudo, perda porque você pode ter se anulado na vida,
tendo perdido, muito ou pouco, da sua personalidade, etc.
Diante de dores
emocionais o ser humano em geral procura esconder o sofrimento de si mesmo. Pode
suprimi-lo, o que significa que sabe que o tem, mas evita pensar nele e lidar
com ele conscientemente. Pode reprimi-lo, o que significa que o joga para o inconsciente
e não tem mais acesso ao mesmo quando deseja, mas quando pode.
Quando há a repressão
do sofrimento, ele pode permanecer muito tempo (anos até) num espaço virtual da
mente, e vai tentar sair em alguns momentos da vida da pessoa, seja através do
físico (reações psicossomáticas) ou através de distúrbios do comportamento como
agressividade “imotivada”, desânimo, fobias, depressão, etc.
Uma pessoa pode
se isolar dentro de si mesma, perder uma parte de si mesma para manter-se na realidade
com o que pode ou sobra. Ela reduz o que é para manter-se na realidade. Se torna,
muitas vezes, por exemplo, submissa mais do que devia, menos ativa, mais passiva.
Isto é uma proteção porque ela não sabe como funcionar com mais atividade. E também
é uma expressão do sofrimento, porque está encolhida como indivíduo.
A cura dói porque
para obtermos a cura precisamos tomar consciência de certas dores que havíamos
enterrado muito bem em nossa mente, para não sofrer. Mas para não sofrer, é preciso
aprender a lidar com a dor, e não evitá-la. Quando você vai percebendo que havia
partes encolhidas do seu ser que agora se tornam conscientes, isso pode doer.
Mas será uma dor do crescimento e não mais do encolhimento que vinha assim. Temos
que enfrentar esta dor, crendo que as condições para sobreviver psiquicamente
estão também surgindo ao mesmo tempo. A percepção de nossos problemas pessoais
vêem à nossa mente somente quando há resistência interna para lidarmos com ela.
Se não, ela não surgiria na consciência.
A cura dói porque
vamos compreendendo que, de certa maneira, estamos sós para viver a pessoa que
somos. E melhora quando recebemos ajuda de uma pessoa compreensiva e que nos pode
dar um “colo” no sentido de ter empatia para com nossa dor. Melhora quando podemos
desabafar, chorar… Melhora quando esta percepção de certa solidão deixa, aos poucos,
de nos apavorar. Melhora quando encontramos sentido espiritual na vida.
Precisamos de conexões
afetivas com algumas pessoas, com quem podemos abrir nosso coração e, quem sabe,
ouvir algumas palavras reconfortantes, ou algum toque físico de afeto inocente
e puro que também produz algum conforto. Também de uma fé, uma confiança num Ser
Superior, que eu chamo de Deus Criador, que nos assiste na dor e nos conduz a
momentos de refrigério.
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Kaquinda Dias
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